A coluna Underground em Foco trará toda a semana, 3 bandas do cenário nacional underground. O intuito é mostrar o quão rica é a nossa cena metal e apresentar nomes ainda desconhecidos para o grande público. Nesta semana, conheceremos o trabalho das seguintes bandas: Eyes of Gaia, Laconist e Necromancer.
Eyes of Gaia
Surgida em 2008 na capital paulista, a Eyes of Gaia traz em sua essência uma mescla entre Heavy Metal e Power Metal. Em seu primeiro EP, “Final Tears”, lançado em 2009, uma pequena demonstração de uma épica e melodiosa aula de perfeccionismo, são três faixas do mais puro e autêntico Power Metal, com destaque para a faixa título, que possui uma excelente e nostálgica linha de guitarras que soam em uníssono, remete a nomes como Helloween e Gamma Ray.
Destaco o exímio trabalho de bateria e a grande qualidade vocal, características as quais fizeram com que o grupo dividisse festivais com nomes como Dragonforce, Almah e Glenn Hughes.
Passados 4 anos, a banda passou por uma reformulação em sua formação e em 2012, lançou o Single “Stand Up Again” que foi foi o pontapé inicial para a nova fase da banda que coroou seus fãs com o debut, “The Power Of Existence”, lançado em 2015.
É notável o amadurecimento tanto melódico quanto musical do quinteto paulista, que traz em seu debut uma total evolução se comparado ao EP e Single, trazendo composições mais Heavy Metal com muita agressividade e com uma dose de peso ideal. Exemplificado nas potentes “Heart Never Lies” e “Untill The Days Go Blind”, esta última com participação especial de Vitor Rodrigues, vocalista conhecido por ter feito parte da banda Torture Squad e atualmente, VoodooPriest. Não pode-se deixar de citar que a produção foi feita por Edu Falaschi, produtor conhecido por ter sido vocalista da banda Angra e atualmente Almah.
https://www.youtube.com/watch?v=mfJxFMO0cyA
Formação :
Mário Kohn – Vocais
Bruno Tourino – Guitarra
Paulo Virtuoso – Guitarra
Rodolfo Liberato – Baixo
André Moura – Bateria
Laconist
Surgida no interior de São Paulo, na cidade de Hortolândia, a Laconist pratica a vertente Brutal Death Metal, trazendo na parte lírica de suas composições temas como anti-Cristianismo, blasfêmias e analogias ao Necronomicon (um grimório onde são descritos numerosos rituais para ressuscitar os mortos, contatar entidades sobrenaturais, viajar pelas dimensões onde habitam estes seres, trazer de volta à Terra antigas divindades banidas e aprisionadas, etc. É mencionado ainda que a sua simples leitura basta para provocar a loucura e a morte).
Lançaram em 2008 seu primeiro single “Subdogma : God” , que de cara mostra a agressividade extrema do quarteto. Em apenas duas faixas traz uma aula de brutalidade com estrelismo, guitarras afiadas, bateria apocalíptica em todas as suas passagens e viradas, vocais sujos e potentes.
Passam-se 3 anos e em 2011 lançaram o debut, “Aural Deathblow”, que estende a essência do EP trazendo 9 faixas da mais pura e extrema heresia, com características que abrangem desde o Death Metal até momentos em que se aproximam do Gore, com vocais agressivos e sujos, uma cozinha totalmente apimentada, sem firulas ou enrolações, adjetivos claramente notados em faixas como “Hatefully Execrated in Torment”, “Chaos of a Million Flames” e “Fiery Deluge”, esta última, evidenciada com linhas vocais totalmente Gore e uma linha mais cadenciada, trazendo uma veia mais groove ao som.
Formação :
Sarco – Vocais
A. Neil – Guitarras/Vocal
Raphael Bergamasco – Baixo/Vocal
Alcoholic Death – Bateria
Necromancer
Surgida no Rio de Janeiro em 1986, a Necromancer caracteriza-se por trazer uma excelente mescla entre as vertentes Death e Thrash Metal, evidenciada em sua primeira Demo tape “Victims of Deranged Maneuverings”, lançada no ano de 1996.
O registro da demo tem muito da vertente oitentista, o que traz uma nostalgia de grandes nomes da ápoca, como Panic, Leviaethan entre outros. Quatro faixas do mais puro “true” Thrash/Death Metal, tendo destaque para a faixa “Dark Church”.
Passados 19 anos a banda ressurge e lança o tão esperado debut, “Forbidden Art”, que possui 9 faixas das quais 3 são regravações da Demo Tape. Destacam-se as faixas “Necromancer”, “The Rival” e “Deadly Symbiosis”, esta última tendo um excelente solo de guitarra, destacando-se pelo uníssono do quinteto, impecáveis as linhas de bateria e baixo, que fundem-se dando peso e groove ao som.
Os vocais são agressivos e em alguns momentos beiram o Death Metal e não deixando de citar a nova roupagem de “Dark Church”, que traz a tona aquele bom apetite oitentista a gravação, coroando os ouvintes com um clássico atemporal do grupo.
Formação :