Em 2020 o Green Day completou 34 anos de carreira, muito bem aproveitados, diga-se de passagem, são 44 singles, 13 discos de estúdio e 10 álbuns ao vivo, somando tudo isso, são mais de 85 milhões de cópias vendidas por todo o planeta. O trio tem uma história invejável por muitos! Nessa longa caminhada, como em toda grande banda, existem percalços, assim como os altos e baixos, e são justamente essas oscilações que trazem a tão almejada, maturidade!
Maturidade essa que muitos consideram ter chegado com o lançamento do aclamado American Idiot em 2004, quando o grupo tinha 18 anos de vida. Ora, mas não é exatamente aos 18 que a maioridade chega? Logo, estava mais do que na hora dos americanos mostrarem que a banda também poderia fazer a cabeça dos seus ouvintes pensar para além do comum.
Contudo, ao passar dos anos, Billie Joe Armstrong e companhia limitada entenderam que maturidade não está atrelada apenas à condição de plenitude do seu som, mas, de reconstruir as estruturas sonoras da sua banda sem se preocupar com os conceitos ditadores da crítica. E daí em diante vieram álbuns constantemente contestados, como a trilogia ¡Uno!, ¡Dos!, ¡Tré! e o penúltimo lançamento, Revolution Radio de 2016.
Eis que em 07 de Fevereiro do ano das bodas de Oliveira do trio americano, foi lançado pela Reprise Records, “Father Of All Motherfuckers”, o décimo terceiro álbum de estúdio do Green Day, o qual corrobora que mudar e experimentar, não é problema algum para Billie, Mike e Tré!
Antes de qualquer coisa, aviso aos senhores (as) que esse escriba aqui não tem muita afinidade com o punk rock/ pop punk, e discordar é o direito de todos, fiquem à vontade!
Então, vamos ao Pai de todos filhos da p&%$!
O full-length se inicia com “Fathers of All…”, ótima energia, força e groove! Foi a melhor escolha para iniciar o CD, nota positivas para as palmas que acompanham o refrão, bastante divertido, por sinal! Logo em seguida, e dando sequencia às palmas, vem “Fire, Ready, Aim”, a fórmula meio que se repete (isso é uma constante no álbum), é uma espécie de continuação da sua antecessora. “Oh Yeah”, na humilde opinião desse que vos escreve, é um dos melhores momentos do álbum, sabe quando você está ouvindo uma música pela primeira vez e ela te faz bater o pé e balançar a cabeça conforme o seu ritmo? É exatamente o poder dessa terceira faixa.

Olha elas aí de novo, sim, as palmas, é como se voltássemos duas faixas e assistíssemos ao mesmo clipe, “Meet Me on The Roof” dá sequência ao mesmo modelo utilizado nas primeiras composições, com um elemento mais destacado, o piano. Acho que todos aqui já assistiram aos filmes adolescentes da Sessão da Tarde, e “I Was a Teenage Teenager” nos mergulha de corpo e alma nessa atmosfera teen. “Stab Your in the Heart” tem uma pegada beatlemaníaca, dançante e jovial, continuamos no ambiente pré-adolescente cheio de determinação e coragem. “Sugar Youth” soa muito jovem (lembram do que eu disse sobre a fórmula?), é uma música que não consegui formar uma opinião sobre, é mais uma continuação do universo novel do Pai dos motherfuckers! “Junkies on a High” chega dosando o ímpeto das adolescentes, a pegada é mais consistente, o instrumentos de corda trabalham muito bem, o refrão é marcante e cá estamos com a melhor faixa do disco. É a primeira vez que conseguimos enxergar uma forma diferente de composição.
Em “Take The Money and Crawl”, as coisas parecem mesmo ganhar outro rumo, o riff é muito legal, dita bem o ritmo, mas o refrão nos faz sentir que já o escutamos em algum momento do disco. “Graffitia” chega com, talvez, uma das melhores letras do play, falando sobre discriminação racial e a caça aos grafiteiros, a faixa traz também uma melodia excelente e se credencia entre as três melhores do álbum, finalizando – o de forma muito justa!


A sensação para quem acompanha o disco com as letras é que a intenção do Green Day é criticar os tempos “desordenados” ao qual vivemos, de uma forma leve e dançante. De maneira geral, não é o lançamento mais inspirado dos americanos, mas, a ideia é levar ás rádios o tapa na cara, e que você consiga absorver isso enquanto dança e pula.


A curiosidade fica por conta da capa, onde podemos perceber a mesma imagem que aparece na capa do LP American Idiot. No entanto, o braço que segura a granada é de cor bege em vez de branco e ampliado. O título completo do álbum está escrito no braço, com a palavra “Motherfuckers” obscurecida por um desenho de unicórnio. A versão de edição limitada do álbum usa uma capa alternativa, que não tem o unicórnio.
E assim encerramos a Cronologia do Green Day! “Father of All Motherfuckers” é comercial, de audição fácil, curto (pouco mais de 26 minutos), que não tomará o seu tempo, talvez não marque a sua vida, mas te fará dançar e pensar um pouco mais sobre a realidade a qual estamos inseridos.


Green Day – Father Of All Motherfuckers
Data de Lançamento: 07 de Fevereiro de 2020
Gravadora: Reprise Records / Warner

Formação:
Billie Joe Armstrong – vocais, guitarra
Mike Dirnt – guitarra, vocais e baixo
Tré Cool – bateria, percussão

Tracklist:
1. Father of All…
2. Fire, Ready, Aim
3. Oh Yeah!
4. Meet Me On The Roof
5. I Was A Teenage Teenager
6. Stab You In The Heart
7. Sugar Youth
8. Junkies On A High
9. Take The Money And A Crawl
10. Graffitia
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