Ao contrario da maioria das principais bandas de metal e hard rock que se abstiveram de fazer experimentações musicais audaciosas durante os anos 90, até mesmo porque o Voivod sempre foi um nome restrito ao underground para causar um grande impacto negativo, mas verdade seja dita, a banda abriria novos caminhos com os álbuns “Phobos” de 1997 e “Kronik” de 1998, e esses seriam severamente subestimados e criticados por midia e fãs. Infelizmente, a formação da banda naquela época (Away / Piggy / Eric Forrester) nunca conseguiria lançar qualquer outra coisa, já que o vocalista / baixista Eric Forrester foi gravemente ferido em um acidente de carro durante uma turnê alemã em 1998 e a banda teve que ser colocada em uma especie de limbo. No início dos anos 2000, a banda parecia ter encerrado suas atividades, mas Jason Newsted, fã declarado da banda, não só entraria na banda, mas também assinaria com a mesma na sua própria gravadora Chophouse Records. Junto com Snake, que também retornaria, o Voivod começaria a trabalhar em novas músicas que eventualmente levarariam ao seu álbum auto-intitulado, onde quase todas as complexidades da banda foram discretamente enxugadas através de uma roupagem mais rockeira.
Se o álbum “Voivod” pudesse ser descrito com apenas uma palavra, cativante seria definitivamente a palavra mais apropriada, mas essa não é a primeira vez que o Voivod faria um álbum interessante em seus próprios modos. E apesar de todas as suas vibrações primitivas e subdesenvolvidas, a curva de aprendizado de “War And Pain” era bastante suave. Em um ambiente completamente diferente, o rock progressivo de “The Outer Limits” levaria a banda a outro patamar musical, mostrando que a banda nunca se manteria presa a um estilo e experimentações a acompanhariam por toda sua carreira.
Como mencionado anteriormente, o álbum “Voivod” é caracterizado por uma pegada agressiva de rock pesado que se ramifica pelas diferentes direções utilizadas pela banda ao longo de sua carreira. A diversidade é encontrada durante todo o disco, como por exemplo “Rebel Robot” traz muitas influências do já mencionado e criticado “Phobos”, já o conteúdo lírico das músicas “Gasmask Revival” e “We Carry On” carregam revolta social e persistência ao longo do tempo, respectivamente. Algumas músicas, tais como “Real Again” e “Divide The Sun” têm esse sulco do rock vintage, quase beirando o stoner de bandas como Monster Magnet, Orange Goblin, Alabama Thunderpussy e Spiritual Beggars.
Outro detalhe que chama bastante a atenção é a quantidade de músicas contidas no disco, em um total de treze, talvez a justificativa tenha sido o períoodo de ausência e a necessidade de compensar os anos parados. Em conclusão, é bastante improvável que “Voivod” seja lembrado na história como um grande álbum da banda, apesar de ter alguns requesitos que o leva á um nível bastante alto. Em outras palavras “Voivod” é um bom retorno e uma declaração forte de uma banda que se sempre se recusou a permanecer no lugar comum e em sua zona de conforto.
Formação
Denis Belanger – Vocal
Denis D’Amour – Guitarra
Jason Newsted – Baixo
Michel Langevin – Bateria
Músicas
01.Gasmask Revival
02.Facing Up
03. Blame Us
04. Real Again?
05. Rebel Robot
06. The Multiverse
07. I Don’t Wanna Wake Up
08. Les Cigares Volants
09. Divine Sun
10. Reactor
11. Invisible Planet
12. Strange and Ironic
13. We Carry On