Formado em 1999 na Suécia, o Sabaton se tornou uma das principais bandas do cenário Power Metal da atualidade. Sua sonoridade se caracteriza por ser mais direta e enxuta, até bem simples e não apresenta nenhuma novidade em se tratando do estilo, e sendo assim, é normal que alguns questionem o porquê de terem conquistado tamanha popularidade. A resposta talvez esteja justamente nessa citada simplicidade. A maioria já estava sem paciência para os excessos cometidos pela maior parte das bandas do gênero, com teclados se sobrepondo aos demais instrumentos, letras falando de unicórnios, fadas, guerreiros medievais, vocalistas exagerados, fora os exageros operísticos.

Seu Power Metal simples, direto, e com letras de temática bélica acabou indo de encontro aos anseios dos muitos. Fora isso, mais dois fatores precisam ser citados: o carisma dos músicos envolvidos, principalmente em se tratando do vocalista Joakim Brodén, e a energia absurda que transmitem ao público quando estão em cima de um palco. Quem já teve a oportunidade de assisti-los ao vivo, como tive durante a turnê do álbum Heroes (14), sabe que um show da banda é uma verdadeira celebração ao Metal, além de ser muito divertido. O respeito e a interação da banda com seus fãs é algo absurdo.

Existem detratores? Sim, e nem dá para negar que as acusações dos mesmos sobre a banda se autoplagiar trabalho após trabalho, reciclando riffs e melodias, seja mentira. Sim, o Sabaton realmente o faz, mas outras bandas consagradas também se repetem seguidamente a cada lançamento, e não existe esse drama todo. Ok, em um ou outro momento a música da banda pode soar um pouco repetitiva e enfadonha, mas na maior parte do tempo, conseguem resultados muito bons, e isso não é diferente em seu segundo trabalho de estúdio, Attero Dominatus, sucessor do bom álbum de estreia Primo Victoria (05).

Uma das características dos suecos sempre foi o intervalo curtíssimo entre seus álbuns, e Attero Dominatus foi lançado pouco mais de 1 ano depois do seu debut. O resultado é que temos aqui quase que uma clonagem do mesmo. Isso significa então que ele é tão bom quanto Primo Victoria? Em parte sim. Musicalmente, apresentam aquele mesmo Power Metal puro e simples, sem arranjos mirabolantes e grandes arroubos de técnica, mas ainda o ouvinte vai sentir falta de algo muito importante durante a audição do trabalho: intensidade.

Sim, os riffs pesado e diretos estão lá, e somados as letras bélicas, fatalmente farão você se sentir em um capo de batalha. Também estão os vocais de Joakim Brodém, com sua voz grave e bem distinta, que passa longe dos gritinhos irritantes de outros vocalistas do gênero e os teclados, que se mantém ao fundo, fazendo a base para os demais instrumentos. Em sua, o álbum tem tudo que você espera do Sabaton, mas na maior parte do tempo falta a já citada intensidade, algo que sempre foi inerente aos suecos. A clássica e enérgica faixa título abre o muito bem os trabalhos, com aquele refrão grudento que todos conhecemos. “Rise of Evil”, com seus 8 minutos, onde tratam da ascensão de Hitler ao poder na Alemanha pré-guerra, é simplesmente fantástica, mas após isso esse toque diferenciado só surge em dois outros momentos, em “In the Name of God” e “Metal Crüe”, essa última outra que se tornou clássica. De resto, é um Power/Heavy comum, que se não compromete, também não empolga de verdade.

Com produção e mixagem feitas por Tommy Tägtgren (irmão de Peter), e masterização de Henrik Jonsson, o resultado é uma sonoridade bem correta, com tudo audível, claro, pesado e agressivo. Já a capa foi obra de Mattias Norén, que já havia trabalhado com a banda no Cd anterior. Attero Dominatus passa longe de ser um é álbum ruim, mas fica pelo menos um patamar abaixo da estreia, frustrando um pouco as expectativas dos fãs. Um trabalho correto e nada mais.

Formação:
– Joakim Brodén (vocal);
– Rikard Sundén (guitarra);
– Oskar Montelius (guitarra);
– Pär Sundström (baixo);
– Daniel Mullback (bateria);
– Daniel Mÿhr (teclado).
Faixas:
01. Attero Dominatus
02. Nuclear Attack
03. Rise of Evil
04. In the Name of God
05. We Burn
06. Angels Calling
07. Back in Control
08. A Light in the Black
09. Metal Crüe

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