Roadie Metal Cronologia: Running Wild – The Rivalry (1998)

O Metal nunca foi um estilo lá muito justo.

Quantas e quantas não são as bandas que nunca recebem o devido reconhecimento por seus discos, que nunca são aclamados pelos fãs como merecem, e mesmo postos no patamar dos gigantes, grupo do qual fazem parte por sua música?

Pois bem: há quem discorde que o Running Wild, veterano quarteto alemão, merece ser mencionado ao lado de Sodom, Destruction, Kreator, U.D.O., Grave Digger, Helloween e tantos outros nomes germânicos, já que são influentes e adorados por um seguimento enorme de fãs?

Ativos desde 1979, e chamado por muitos de “Judas Priest do Power Metal”, não é à toa que muitos deveriam falar deles com extremo respeito. Mas nem só de clássicos vive um grande nome, e mesmo sendo um disco ótimo, “The Rivalry”, de 1998, não chega a ser rival de obras como “Branded & Exiled” ou “Under Jolly Roger”.

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Antes de tudo, é preciso entender que, apesar de consolidada desde “Black Hand Inn”, a formação da banda não estava de todo estável, já que haviam problemas entre Rolf e o baterista Jörg (sendo este o último disco gravado por ele com o quarteto, de onde foi para o Stratovarius), a ponto da performance dele nas baquetas estar bem menos técnica que antes.

Outro ponto que merece ser dito é que “The Rivalry” é o segundo disco de uma trilogia em que os temas abordam da luta entre bem e o mal, que se percebe claramente na faixa-título. Uma temática bem interessante, embora já bem desgastada, digamos de passagem.

As rédeas da produção são do próprio Rock ‘n’ Rolf, logo a sonoridade de “The Rivalry” está um pouco mais voltada a algo simples e bem orgânico, evitando algo que eles não pudessem reproduzir ao vivo. Mas ao mesmo tempo, é limpa, pesada e feita com capricho, e assim, se percebe o que a banda quer fazer em termos musicais. E sem mencionar a ótima capa de Andreas Marschall.

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Mas o que torna “The Rivalry” fraco em relação a outros discos do grupo?

Simples: o material musical é muito bom, verdade seja dita. Mas faltam um hit definitivo, uma música que, quando se falasse em “The Rivalry”, ela fosse a lembrança clara, algo que canções como “Victims of States Power”, “Prisioners of Our Time”, “Branded & Exiled”, “Fight the Opression”, “Gods of Iron”, “Under Jolly Roger”, “Lions of the Sea” e tantas outras eram. Torno a dizer: o material é ótimo, mas está longe de ser icônico.

Mas mesmo assim, quando se fala de músicas como “The Rivalry” (a melhor do disco, com riffs marcantes e levadas de primeira, além de um refrão grudento, uma das marcas registradas do Running Wild), da raçuda’n’Roll “Kiss of Death”, da mais cadenciada e climática “Return of The Dragon” (que belo trabalho de baixo e bateria, dando peso à banda), da ótima e épica “Ballad of William Kidd”, da ganchuda e intensa “Fire & Thunder”, ou da explosiva e veloz “Adventure Galley”, temos a garantia que não é um álbum clássico, mas é um ótimo disco, sem sombra de dúvidas.

No mais, “The Rivalry” é um discão ótimo para se ouvir direto, já que ele nos ganha pelo ouvido de primeira.

https://www.youtube.com/watch?v=iVveQSZJwqs

Formação:
Rock ‘n’ Rolf (vocal e guitarra);
Thilo Hermann (guitarras);
Thomas “Bodo” Smuszynski (baixo);
Jörg Michael (bateria).

Faixas:
01 – March of The Final Battle (The End of All Evil)
02 – The Rivalry
03 – Kiss of Death
04 – Firebreather
05 – Return of The Dragon
06 – Resurrection
07 – Ballad of William Kidd
08 – Agents of Black
09 – Fire & Thunder
10 – The Poison
11 – Adventure Galley
12 – Man On The Moon
13 – War & Peace

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