E a mais “Judas Priest” das bandas de Heavy metal chegou ao seu décimo primeiro álbum de estúdio em 2016. “Rulebreaker”, apesar de não trazer nenhum tipo de inovação na sonoridade da banda, é um belo de um disco de metal! Afinal, estão lá quelas guitarras inspiradas na dupla K.K Downing e Glen Tipton que todos nós aprendemos a amar, enquanto fãs do estilo. E o que trouxe uma dose extra de peso foi o retorno de Tom Naumann às guitarras, que passaram a ser dividas por um trio, tendo ainda Magnus Karlsson e Alex Beyrodt completando a trica das seis cordas. Além disso, o álbum trouxe a estréia de Francesco Jovino na bateria. Esse trabalho mostrou que a banda estava e (ainda está) disposta a seguir pelo caminho que a consagrou através desses anos: uma música forte, intensa e pesada, que tem na potente voz de Ralf Scheepers e na criatividade do mentor Matt Sinner, baixista, suas principais características.

O trabalho inicia com “Angels of Mercy”, um metal tipicamente Primal fear, com as guitarras ditando o ritmo e peso, enquanto Scheepers mostra o porque deveria ter sido o escolhido para o lugar de Rob Halford no Judas Priest. Dono de um timbre próximo ao do mestre, Scheepers se encaixaria bem melhor no grupo, mas… Business is business…  O peso segue imperando em “The End is Near”, onde o baterista Francesco mostra ótima técnica, honrando o posto que um dia foi de Randy Black. As guitarras seguem em destaque, como pode ser percebido ao longo da audição.  “Bullet & Tears”, possui uma linha de guitarra que você ouve e pensa: será que já não ouvi isso antes? Claro que ouviu… Nos próprios trabalhos do grupo. Já a faixa título traz um andamento mais cadenciado, evidenciando a melodia, algo bem característico também ao grupo. Matt Sinner sabe como poucos tirar um som pesado do baixo, criando ao lado do baterista Francesco uma cozinha técnica e pesada.

“In Metal We Trust” é daquelas faixas totalmente clichês, mas ao mesmo tempo sensacionais, que nos fazem tocar aquela air guitar e cerrar os punhos na hora do refrão. É original? Não! Mas é Heavy Metal, como ele tem que ser. Sem frescura, barulhinhos, e tantas outras bobagens que muitas vezes as bandas inventam de enfiar em sua música para soarem inovadoras, mas acabam apenas, ficando chatas. E tome mais peso em “We Walk Without Fear”. Aquelas guitarras “gêmeas”, tão caras às bandas de metal, surgem aqui de forma natural, mostrando que o Primal Fear é uma banda que deveria ter um reconhecimento bem maior por parte do público headbanger. Assim como “At War With the World”, onde Scheepers canta de uma forma mais rasgada em alguns momentos em mais um grande show de interpretação.

Em “The Devil in Me”, temos um momento mais “calmo”, mas nem por isso privado de peso, talvez, seja um das passagens mais intensas e climáticas do trabalho. Os riffs de “Constant Heart”, cortados pelos agudos furiosos de Scheepers antecedem “The Sky is Burning”, que apesar de bem estruturada e executada, acaba destoando um pouco do peso que permeia o trabalho. “Raving Mad” fecha o álbum quebrando tudo, em mais uma grande interpretação do vocalista, que sem dúvidas, é, mais uma vez, o grande destaque do álbum.

“Rulebreaker” pode, facilmente, ser classificado como um dos melhores trabalhos do Primal Fear. Na opinião deste que vos escreve, esse trabalho, mesmo com a regularidade dos álbuns anteriores do grupo, é o melhor desde “Black Sun” (2002). Uma grande álbum de uma das grandes bandas do estilo!

 

Banda:

Ralf Scheepeers (vocal)

Matt Sinner (baixo)

Tom Naumann (guitarra)

Magnus Karlsson (guitarra)

Alex Beyrodt (guitarra)

Francesco Jovino (bateria)

 

Tracklist:

01 – Angels of Mercy

02 – The End is Near

03 – Bullets & Tears

04 – Rulebreaker

05 – In Metal We Trust

06 – We Walk Without Fear

07 – At War With The World

08 – The Devil in Me

09 – Constant Heart

10 – The Sky is Burning

11 – Raving Mad

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