Sempre achei o PRIMAL FEAR uma piada de mau gosto em muitos aspectos. No início, a história da banda é uma piada: Ralf Scheepers havia saído do GAMMA RAY para tentar a vaga de vocalista do JUDAS PRIEST, que basicamente era dada como certa. Ficando de fora, ficou deprimido, já que ficara sem banda. O GAMMA RAY com Kai cantando virou sucesso mundial com “Land of the Free” (por coincidência, primeiro disco da banda sem Ralf), o JUDAS PRIEST estava bem com Tim “Ripper” Owens (apesar do eterno choro dos fãs pela volta de Rob), e ele sem nada. Mas Matt Sinner (então do SINNER) montou o PRIMAL FEAR como um projeto para dar uma força a Ralf, sem imaginar que a banda se tornaria tão famosa que Matt chegou a assumir este como sua banda principal (e deixou o SINNER na geladeira). No início, o trabalho do grupo era um Heavy Metal germânico com cara de JUDAS PRIEST, mas que foi evoluindo com o passar dos anos.

Logo, o que ‘New Religion’, disco deles de 2007, tem demais?

Basicamente, é um disco que realmente é mais voltado ao Power Metal germânico padrão, e mesmo sem nada de novo, ou mesmo conseguir igualar a força de monstros como HELLOWEEN, GAMMA RAY, RUNNING WILD e outros, é um disco muito legal de se ouvir, com boas melodias, cada refrão refinado na medida certa, bons arranjos, e até com a presença de convidados especiais que deram um toque extra de brilho às canções (como Simone Simons nos vocais em “Everytime It Rains”). É um disco bem legal de se ouvir, empolgante e bem feito, mas novamente: desde sua origem, nada no PRIMAL FEAR é inovador ou novo.

Mat Sinner, mais uma vez, chamou a responsabilidade de produzir um disco do grupo, tendo ajuda de Charlie Bauerfeind, mais Achim “Akeem” Köhler na masterização e Ronald Prent na mixagem. Tudo para equilibrar peso e distorção com a clareza necessária (mesmo porque existem orquestrações no disco, logo, é preciso soar limpo). Tudo no mais alto nível, embora pareça menos agressivo que os primeiros discos do grupo.

“New Religion” tem músicas bem legais, inclusive para aqueles que nunca foram muito com a cara do grupo (inclusive este autor), como a energia agressiva de “Sign of Fear” (ótimas guitarras, backing vocals e refrão), as linhas melódicas envolventes de “Face the Emptiness”, as belíssimas incursões de vocais femininos de “Everytime It Rains”, o refrãozão daqueles de “New Religion” (embora certos tons agudos rasgados de Ralf soem incômodos vez por outra), a beleza mais acessível de “The Curse of Sharon”, e o típico Power Metal alemão com ótimas linhas instrumentais e teclados em “World on Fire”. É um disco muito, muito legal de se ouvir, mas é importante ressaltar: Ralf canta bem, tem uma voz acima da média, mas os berros esganiçados realmente incomodam (e são desnecessários).

No mais, um disco muito bom. Vale a ouvida e mesmo a aquisição!

Banda:
Ralf Scheepers (vocal)
Stefan Leibing (guitarra)
Henny Wolter (guitarra)
Mat Sinner (baixo, backing vocals e arranjos orquestrais)
Randy Black (bateria)

Faixas:
01. Sign of Fear
02. Face the Emptiness
03. Everytime It Rains
04. New Religion
05. Fighting the Darkness
06. Blood on Your Hands
07. The Curse of Sharon
08. Too Much Time
09. Psycho
10. World on Fire
11. The Man (That I Don’t Know)

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