Roadie Metal Cronologia: Mötley Crüe – Dr. Feelgood (1989)

Considerada como uma das bandas mais selvagens de toda a cena Glam dos anos 80, o Mötley – apelido carinhoso que o grupo receberia de seus fãs -, representaria todo o exagero extremo vivido naqueles, hoje, longínquos anos oitenta, seja em uso de maquiagem até passarem para o abuso absurdo de álcool e outras substancias químicas. Após o estrondoso sucesso de ‘Girls, Girls, Girls’ e a chegada do final da década de oitenta, a indústria musical estava preparada para dar o Glam Rock por acabado, mas como o próprio baixista Nikki Sixx  declarou em sua biografia “ainda era muito cedo para isso”.

Pela primeira vez na vida, a banda iria trabalhar sóbria e desintoxicada, fato que não foi suficiente para deixar as coisas mais fáceis no estúdio. Além disso, o álbum teria na produção Bob Rock, produtor que estaria longe de se submeter a todas as vontades do quarteto, se em duas semanas Mick Mars gravaria todas as guitarras de “Shout At The Devil”, agora esse tempo era necessário para gravar apenas um tema, porém na opinião deste que vos escreve, desde esse álbum Mick atingiria seu estilo e seu som bem característico, e toda a banda cresceria muito musicalmente, inclusive Vince Neil que não desafina em uma nota sequer. Seis meses sóbrios com mais seis meses de trabalho intenso no estúdio, quase determinariam o fim do grupo, porém em vez disso, o que surgiria seria o álbum com mais êxito e seu primeiro e único número um em vendas, praticamente todos os temas se converteriam em single e os quatro se transformariam definitivamente em estrela eternas do Rock.

Depois da misteriosa intro “T.N.T”, o que começaria seria um verdadeiro petardo. “Dr Feelgood”, música que dá titulo ao álbum, com uma cozinha absurda de tão pesada, um Mick Mars inspiradíssimo, além de vocais e coros quase perfeitos, o disco já valeria a pena somente por esta música, porém seria apenas o começo. “Slice of You Pie” acaba se tornando uma música sexy e dançante trazendo uma pequena referencia aos Beatles, porém “Rattlesnake Snake” mostra a cara da banda, música bastante festiva e abordando o sexo como tema principal, a banda também incorporaria um arranjo de piano em esse tema.

A continuação do álbum é com outro petardo assim como “Dr Feelgood”, trata se de “Kickstart My Heart”, tema que esta entre as melhores músicas já composta pelo quarteto, destaque a guitarra de Mick Mars. Como não  podia ser de outra maneira, no disco também existe espaço para baladas “Without You” e “Time For a Change” são as escolhidas, além da bela semi acústica “Don’t Go Away Mad” com um clima quase country e melancólico.

Em “Sticky Sweet” tem como convidado nos refrões Steven Tyler, o mesmo se encontrava sempre próximo ao estúdio, pois na época o Aerosmith estava gravando o premiado “Pulp”, no geral o álbum que pode ser definido com um Nikk Sixx muito inspirado em termos de conceitos e composições e que junto de Bob Rock converteria o mesmo em uma maquina de vendas, o som extraído pelo produtor é perfeito, tanto que foi através deste disco, que trouxe o interesse de Lars Ulrich de trabalhar com Bob, após o lançamento  do álbum a banda entraria em uma turnê extenuante e marcaria uma nova era nas produções de discos de Rock para sempre.

https://www.youtube.com/watch?v=1XHcPYorSJw

Formação:
Vince Neil (vocal);
Mick Mars (guitarras);
Nikk Sixx (baixo e coros);
Tommy Lee (bateria e coros)

Músicas:
01. T.N.T
02. Dr Feelgood
03. Slice of You Pie
04. Rattlesnake Snake
05. Kickstart My Heart
06. Without You
07. S.O.S
08. Sticky Sweet
09. She Goes Down
10. Don’t Go Away Mad
11. Time For a Change

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