Depois de saírem do RS para morar em SP (centro urbano que mais dá condições ao Metal no Brasil), de uma demo tape, dois splits (um com o Violent Hate, outro com o Harmony Dies), e um EP, de abertura de shows internacionais (como para o Kreator em SP), eis que era chegado o momento do Krisiun lançar seu primeiro álbum, e ele veio na forma do clássico “Black Force Domain”, lançado em 1995 pela Dynamo Records.
Na época, muitos desafios ocorriam, como a saída do segundo guitarrista, Marcelo Nogueira (que gravara o EP “Unmercyful Order”), e a velha rotina de dividir o tempo entre a banda e trabalho. Mas mesmo assim, eles resolveram esquecer a ideia de um segundo guitarrista e permaneceram apenas como um power trio. E assim, com tudo indo contra e todos (mesmo o trio virando uma unanimidade anos depois, na época ainda ralavam muito mais que possam pensar), foram criando as bases do que se tornaram.
Em “Black Force Domain”, a banda já mostra a intensidade brutal de seu Death Metal veloz e extremo, mas mesmo assim, usando e abusando de boa técnica musical Percebe-se que o grupo já dava sinais de conseguir associar esta rapidez extrema com muito peso, agressividade e uma dose enorme de criatividade musical.
Sim, apesar de ser uma banda relativamente nova na época (surgiram em 1990), o trio já sabia o que queria fazer, e como fazer.
Tendo a produção de Sérgio Sakamoto, a engenharia sonora de Daniel Stilling (ex-guitarrista do Avalon), a sonoridade de “Black Force Domain” ainda é bem suja e crua, como a maioria dos discos de Metal extremo do Brasil na época. Mas mesmo assim, percebe-se a força do instrumental da banda, dos vocais guturais pessoais de Alex, logo, está a contento. Mesmo porque era a época do “do or die”, ou seja, ou fazia com o que se podia, ou não se fazia nada.
A arte de A. V. Coelho é icônica, e é tão marcante que deve ser uma das camisas mais usadas por fãs de Metal extremo no Brasil.
Musicalmente, o disco é bruto e explosivo, ainda com muita influência do Morbid Angel, mas existem momentos que o tornaram um clássico do Death Metal nacional. Músicas como a veloz e bruta “Black Force Domain” (que riffs absurdamente destruidores), a técnica de bateria de “Hunter of Souls” (por isso Max é considerado um dos grandes bateristas do Brasil), a veloz “Infamous Glory”, o ataque feroz de baixo e bateria ouvido em “Meanest Evil”, e “Obsession By Evil Force”. Mas as faixas bônus “Nuclear Winter” do Sodom” e “Total Death” do Kreator deram um brilho extra ao disco.
Ainda está longe de ser o Krisiun tão idolatrado por todos, mas já mostra o que a banda viria aprontar nos próximos anos…
Formação:
Alex Camargo (vocais, baixo);
Moyses Kolesne (guitarra);
Max Kolesne (bateria).
Faixas:
01 – Black Force Domain
02 – Messiah of The Double Cross
03 – Hunter of Souls
04 – Blind Possession
05 – Evil Mastermind
06 – Infamous Glory
07 – Rejected To Perish Below
08 – Meanest Evil
09 – Obsession By Evil Force
10 – Sacrifice of The Unborn