Lançado em 2014, ano que se tornaria emblemático em nosso país, devido a acontecimentos esportivos e políticos, tais como o recebimento da polêmica Copa do Mundo com suas fortes suspeitas de estádios superfaturados, a quase inexistência de melhorias na infraestrutura e a dolorosa e humilhante derrota para a Alemanha por 7 a 1, já no âmbito político 2014 também ficaria marcado pela acirrada disputa presidencial, que ao seu final reelegeria a presidente Dilma Rousseff, que seria derrubada dois anos mais tarde pelo impeachment.
“Legion” marca até o momento o último álbum de estúdio da banda e faria sucessão ao ótimo “Discipline of Hate” de 2010. Talvez a opinião que eu tenha sobre esses dois álbuns cause alguma polêmica, mas na minha humilde opinião “Discipline of Hate” e “Legion” são sem sombra de dúvidas os dois melhores álbuns desta banda que é considerada por muitos uma verdadeira instituição do Metal nacional e que, de acordo com os próprios integrantes, a banda atravessa o seu melhor momento em sua longa e batalhadora carreira de mais de três décadas dedicadas ao Thrash Metal.
Desde o inicio “Legion” já nos causa um impacto enorme devido à sua produção, que foi toda realizada no tradicional estúdio paulistano MR Som (estúdio que já se tornou referencial de qualidade há muito tempo), esse de propriedade do vocalista Marcello Pompeu e do guitarrista Heros Trench. Realmente, a qualidade alcançada é para deixar qualquer um orgulhoso e espantado com tamanho nível técnico.
Abrindo o disco temos a música “Lifeline”, Thrash Metal bem característico do Korzus com destaque para os vocais rasgados e marcantes de Marcelo Pompeu e o trabalho realizado pelas guitarras de Heros Trench e Antônio Araujo. “Lamb” vem logo na sequência, música que explora momentos mais rápidos e mostra uma banda muito entrosada e afiadíssima. A violência não para com a ótima “Six Seconds”, música excelente para se tocar ao vivo devido ao seu refrão de fácil assimilação e suas partes mais cadenciadas, além da mesma ter um solo de guitarra matador.
A faixa “Broken” que vem na sequência se mostra um pouco mais cadenciada assim como “Six Seconds”, mas nem por isso deixa de ser pesada. A mesma tem todas as características do Korzus e é outra música com muito destaque. Em seguida temos a faixa “Vampiro”, essa cantada em português, algo que já vem se tornando costumeiro nos álbuns do Korzus. Música rápida e com uma letra extremamente inteligente. A velocidade e agressividade continuam na faixa “Die Alone” e nesse momento não há como não destacar o batera Rodrigo Oliveira. Com certeza Rodrigo está entre os melhores bateristas nacionais e sua técnica e pegada são absurdas.
A instrumental “Apparatus Belli” serve como preparação para a ótima “Time Has Come”, essa possui refrão e levadas excelentes, além de ideal para se tocar ao vivo, a mesma ainda conta com um belo solo de Eduardo Ardanuy, guitarrista do Dr. Sin. “Purgatory” é a próxima música e a mesma não dá descanso para nenhum pescoço. Faixa rápida e agressiva.
O álbum começa a caminhar para seu final, mas isso não serve de motivo para o mesmo frear suas músicas. “Self Hate” é outra porrada cadenciada contendo um excelente trabalho de guitarras. A velocidade volta a ser destaque com “Bleeding Pride”, que mesmo sendo veloz apresenta melodias perfeitas. “Devil’s Head” vem na sequência e é outra excelente música.
O disco se encerra com “Legion”, e em relação a essa música é totalmente pertinente fazer um comentário à parte, pois é uma música um pouco diferente das demais e em minha opinião é o destaque do álbum, com riffs e refrões totalmente cativantes e melódicos. Resumindo, uma música que se tem vontade de ouvir varias vezes seguidas de tão empolgante.
Assim como mencionei no inicio, “Legion”, junto com “Discipline of Hate”, são para mim os melhores álbuns do Korzus, e “Legion” merece um lugar especial nos lançamentos de Thrash Metal desta década, pois é um álbum muito acima da média. Também há de ressaltar a habilidade individual de cada músico com destaque para o guitarrista Antônio Araujo, que substituiu Silvio Golfetti, um dos fundadores e pilares do Korzus com muita personalidade e competência. Para encerrar ouça “Legion” em alto volume e valorize uma banda que sempre lutou pela cena nacional e que ao invés de reclamar sempre arregaçou as mangas e priorizou o trabalho.
Formação:
Marcello Pompeu (vocal);
Heros Trench (guitarra);
Antonio Araújo (guitarra);
Ricardo Dick Siebert (baixo);
Rodrigo Oliveira (bateria).
Faixas:
01. Lifeline
02. Lamb
03. Six Seconds
04. Broken
05. Vampiro
06. Die Alone
07. Apparatus Belli
08. Time Has Come
09. Purgatory
10. Self Hate
11. Bleeding Pride
12. Devil’s Head
13. Legion
