Mais uma obra-prima do Thrash Metal é resgatada do passado pela Shinigami Records, que tem prestado ótimo trabalho quando se trata desse assunto (e também no lançamento de bandas nacionais e CDs de fora mais recentes). Estamos falando da versão mais recente de “Fabulous Disaster”, do quinteto californiano Exodus.
“Fabulous Disaster” merece bem o nome que tem, pois o Exodus se apresenta em grande forma, mostrando que estavam dispostos a alcançar a posição que o hiato entre “Bonded by Blood” e “Pleasures of the Flesh” lhes negara, bem como se firmar como uma das bandas mais fortes do Thrash Metal mundial. Outro ponto é que “Zetro” Souza está mais solto e à vontade, criando linhas vocais absolutamente incríveis!
Antes de tudo, “Fabulous Desaster” mostra a força e agressividade musical do primeiro disco, mas sem perder a noção melódica do segundo (o que incomodou um pouco os fãs na época), e isso com canções fortíssimas, que em nada ficam devendo ao primeiro.
Produzido por Gary Holt, Rick Hunolt e Marc Senesac, gravado nos Alfa & Omega Recordings, em San Francisco, “Fabulous Disaster” possui uma sonoridade intensa e pesada, com cada instrumento em seus devidos lugares, resultando em uma brutalidade esmagadora, e isso é ainda mais claro devido à remasterização que o disco passou para este relançamento (me atenho a versão nacional mais recente do mesmo).
A arte da capa é muito bem humorada, combinando com a foto da parte de trás do encarte (que no vinil ficava na contracapa), e a vantagem: as letras finalmente estão legíveis, pois no vinil original (pelo menos a versão que este que vos escreve tinha) era quase impossível. Ponto para esta versão.
Como dito antes, o Exodus voltou ser agressivo e bruto, com músicas impactantes e fortes, e com algumas melodias muito bem estruturadas, riffs ríspidos, solos agressivos, base baixo-bateria bem trabalhada e pesada, vocais insanos e ainda mais bem encaixados que antes, o que faz com que o nível do CD como um todo seja bem alto, o que pode ser percebido nos pontos fortes, como “The Last Act of Defiance”, uma faixa rápida e extremamente bruta, com destaque para a bateria absurda, bem como para os vocais insanos; a complexa e também agressiva “Fabulous Disaster”, apesar de não ser uma faixa muito veloz, onde algumas melodias ficam bem evidentes; a cadenciada e peso-pesado “The Toxic Waltz”, onde as guitarras mostram ótimo arsenal de bases e solos, fora um refrão bem grudento; o cover de “Low Rider”, da banda de Funk (NADA COM AQUILO QUE É FEITO NO RJ!!!!)/Soul WAR, que ficou bem agressivo e longe do clima calmo da original; a sólida e massiva “Cajun Hell”, também mais cadenciada, com riffs de guitarras ótimos (e para quem não sabe, “cajun” é o termo dado à um grupo étnico norte-americano composto de descendente de acadianos exilados, que falam francês, logo, possuem um sotaque bem acentuado. Um exemplo é o personagem Gambit, dos X-Men); a longa e explosiva “Like Father, Like Son”, outra faixa mais focada no peso e trampo; e o cover para “Overdose” do AC/DC, faixa-bônus das primeiras versões em CD, que aqui faz parte do disco, que ganhou peso e possui guitarras e vocais mais thrashers, mas que não descaracteriza a versão original. Fora essas, o CD ainda te as faixas ao vivo “Fabulous Disaster”, “Toxic Waltz”, “Cajun Hell” e “Corruption”, que possuem ótimas gravações e ganham aquela empolgação vista em shows.
Um ótimo disco, tão clássico como o primeiro, mas que ainda não teve seu real mérito reconhecido. Mas que agora em mãos, pode ser realmente apreciado como bem merece.
Do the Toxic Waltz!
Formação:
Steve “Zetro” Souza (vocal);
Gary Holt (guitarra);
Rick Hunolt (guitarra);
Rob McKillop (baixo);
Tom Hunting (bateria).
Faixas:
01 – The Last Act of Defiance
02 – Fabulous Disaster
03 – The Toxic Waltz
04 – Low Rider (WAR cover)
05 – Cajun Hell
06 – Like Father, Like Son
07 – Corruption
08 – Verbal Razors
09 – Open Season
10 – Overdose (AC/DC cover)
11 – Fabulous Disaster (live)
12 – Toxic Waltz (live)
13 – Cajun Hell (live)
14 – Corruption (live)
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10/10