Roadie Metal Cronologia: Dimmu Borgir – Spiritual Black Dimensions (1999)

O Dimmu Borgir já havia comido o pão que o diabo amassou (sem trocadilhos infames, por favor) com “For All Tid” de 1995 (um disco mais atmosférico e lento) e “Stormblåst” (já mais agressivo, embora mantivesse a essência mais soturna de antes) de 1996, a chegada ao sucesso com “Enthrone Darkness Triumphant” (onde a banda começa a ganhar contornos mais brutais) de 1997, e a manutenção do sucesso com a compilação “Godless Savage Garden” de 1998, era hora do grupo lançar seu mais novo disco. E ele veio em “Spiritual Black Dimensions”, lançado no dia 2 de março de 1999.

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Mas o que o disco tinha de surpresas para os fãs?

Conforme uma entrevista de Silenoz para a Rock Brigade de setembro ou outubro de 1998, a proposta era que o disco soasse mais diabólico, mas mantendo os elementos melodiosos de antes. E esta proposta foi atingida, já que “Spiritual Black Dimensions”, em síntese, é isso: o Dimmu Borgir apenas aprofundou e apurou o estilo delineado em “Enthrone Darkness Triumphant”, sendo quase uma seqüência lógica.

A maior diferença entre os dois discos está mesmo na formação da banda: Shagrath decidiu se dedicar exclusivamente aos vocais, logo, fez-se necessário a entrada de mais um guitarrista, e o escolhido foi o australiano Astennu (que residia na Noruega e tinha participado de projetos como Carpe Tenebrum), que estava com a banda desde a tour de “Enthrone Darkness Triumphant”; e o tecladista Mustis, que conforme algumas citações em entrevistas da época, tinha formação clássica. E ambos deram realmente uma melhorada na musicalidade da banda, pois “Spiritual Black Dimensions” realmente mostra um estilo mais trabalhado e um pouco mais virtuoso que seu antecessor.

Outro ponto que merece ser citado é a participação especial de Vortex nos vocais limpos em “Reptile”, “Dreamside Dominions”, “The Insight and the Catharsis” e “Arcane Lifeforce Mysteria”. Interessante é saber que Vortex será o substituto de Nagash no baixo, que havia gravado o disco, mas estava de saída, querendo levar sua banda, o Covenant (hoje chamado The Kovenant, devido a problemas com o nome), que havia lançado o bem sucedido “Nexus Polaris” em 1998, adiante.

Na produção, mais uma vez está Peter Tägtgren, com tudo gravado no The Abyss Studios mais uma vez. E a gravação é bem melhor que antes, já que está mais limpa, mais clara, com todos os instrumentos audíveis. E isso é bom, já que os arranjos deram uma melhorada substancial, graças a Mustis e Astennu, logo, era preciso mais clareza. Mas o peso de antes também está bem evidente, e mais agressivo. E a bela e soturna capa deixa isso claro.

Com um trabalho mais esmerado e bem feito, a visão que se tinha na época era que o Dimmu Borgir estava em um nível diferenciado dentro do Metal extremo, abrindo espaços e portas para o Black Metal. E isso ao lado do Cradle of Filth, que estava fazendo sucesso com “Cruelty and The Beast”, que formava com eles a dupla que dominava o Symphonic Black Metal.

“Reptilian” e seu belo trabalho de vocais e teclados (mostrando que a adição de Mustis havia sido um acerto), a mais bruta e agressiva “Behind The Curtains of Night-Phantasmagoria”, as grandiosas “The Promised Future Aeons” e “The Blazing Monoliths of Defiance”, além da pesada e melodiosa “The Insight and the Catharsis” formam a espinha dorsal dos melhores momentos do disco, que é muito bom como um todo.

Mas para quem esperou a versão nacional do disco (o que não foi o meu caso), saiu ganhando, já que este veio com a faixa bônus “Masses For The New Messiah”, que tem um estilo mais voltado para o disco anterior. Ela veio na coletânea “Death Is Just The Beginning vol. V”, da Nuclear Blast, e depois, virou bônus deste disco que, no fundo, mostra a transição do Dimmu Borgir mais soturno e artesanal para o trabalho mais virtuoso e sinfônico que viria a ser a tônica do grupo nos próximos anos.

Dimmu+Borgir+012

Formação:
Shagrath (vocais);
Erkekjetter Silenoz (guitarra base);
Astennu (guitarra solo);
Nagash (baixo, backing vocals);
Tjodalv (bateria, percussão);
Mustis (teclados).

Faixas:
01 – Reptile
02 – Behind The Curtains of Night-Phantasmagoria
03 – Dreamside Dominions
04 – United In Unhallowed Grace
05 – The Promised Future Aeons
06 – The Blazing Monoliths of Defiance
07 – The Insight and The Catharsis
08 – Grotesquery Conceiled (Within Measureless Magic)
09 – Arcane Lifeforce Mysteria
10 – Masses For The New Messiah


 

https://www.youtube.com/watch?v=7fAtxxz6cP4

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