Era um época conturbada da vida de Tony Iommi e do Black Sabbath. Depois da saída de Ian Gillan após a turnê do “Born Again” em 1984, um futuro incerto e a procura infrutífera de um novo vocalista fizeram Geezer Butler debandar também.

Com a firme decisão de deixar o Sabbath parado por um tempo, Iommi decide fazer um álbum solo e convida vários amigos vocalistas, entre eles Ian Gillan, Glenn Hughes, Rob Halford, e até mesmo Geoff Tate do Qüeensrÿche. Porém a gravadora tem outros planos e dá um ultimato ao guitarrista: ou o novo álbum saía com o nome Black Sabbath ou nada feito.

Como Glen Hughes já tinha gravado a parte dele, coube ao próprio cantar todas as músicas do disco. Com um background mais voltado ao Blues, as músicas soaram mais acessíveis, diferente do estilo mais pesado da banda. Na verdade, “Seventh Star” é um disco difícil de ser digerido se você for ouvi-lo esperando um Sabbath da época do Ozzy, Dio ou até mesmo com o Gillan. Ele é instável, inconstante, sem uma ligação entre faixas muito distintas e heterogêneas mas com um trabalho bem-sucedido de produção.

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O disco abre com a rápida e pesada “In The Kill” mostrando logo de cara o vocal poderoso de Glenn Hughes cantando muito mesmo viciado em drogas e álcool. Logo em seguida “No Stranger To Love” mostra todo o talento do vocalista transformando a faixa, que nas primeiras gravações soava um tanto brega, no destaque do álbum.

A paulada volta com “Turn To Stone”. Um daqueles rockões que fazem você colocar bem alto pra começar o dia.
“Sphinx” é uma bela introdução de teclados cortesia de Geoff Nichols, e que abre caminho para a faixa-título do álbum. Cadenciada e épica, Tony Iommi cria um clima oriental em “Seventh Star”, que se junta à vocalização soberba de Glenn Hughes, dando um feeling Hard à música. Aliás, ela me faz lembrar o começo da “Sacred Heart”, do Dio.
E o feeling Hard continua na faixa posterior, “Danger Zone”, com um riff genial e cativante. Um Heavy Rock simples, porém eficiente e que gruda na cabeça instantaneamente.

“Heart Like The Wheel” é um daqueles Blues matadores como tem que ser. E na voz de Glenn Hughes a coisa toma uma dimensão gigantesca elevando o nível do álbum.

Finalizando o set, “Angry Heart” demonstra uma junção entre o peso da guitarra do Sabbath com um teclado à lá Deep Purple, e “In Memory”, aposta na pegada balada. É curta, mas complementa a faixa anterior.

É até óbvio dizer isso, mas “Seventh Star” é um disco experimental, apesar de ter o nome Black Sabbath grafado nele. Aqui vemos um Tony Iommi fazendo um “catadão” de ideias musicais diferentes uma das outras mas que consegue uma unidade devido ao esmero da produção.

Não é um disco ruim, longe disso porque aqui temos um time de respeito na parte instrumental, um guitarrista ícone e criador do universo negro do Metal aliado a uma das vozes mais poderosas e emblemáticas do Rock e Blues.
Sem trocadilhos. “Seventh Star” é uma estrela longe de sua constelação mas com brilho suficiente para ter um lugar na discografia do Black Sabbath.

Em tempo, numa entrevista realizada em 94, Glenn Hughes revelou uma mágoa por ter descoberto que seria um CD do Black Sabbath somente após as mixagens.

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Formação:
Glenn Hughes (vocal);
Tony Iommi (guitarra);
Dave Spitz (baixo);
Eric Singer (bateria);
Geoff Nicholls (teclados).

Músico adicional:
Gordon Copley (baixo em “No Stranger To Love”).

Faixas:
01 – In For The Kill
02 – No Stranger To Love
03 – Turn To Stone
04 – Sphinx (The Guardian)
05 – Seventh Star
06 – Danger Zone
07 – Heart Like A Wheel
08 – Angry Heart
09 – In Memory…

3 respostas

  1. Atualmente eu diria que é mais fácil conhecer, analisar e gostar ou não desse trabalho. Eu particularmente gosto muito. Aliás, todas as fases me agradam no Sabbão!!! Porém, nos dias de hoje, vale ressaltar, que, gostos a parte. Seventh Star também é responsável por influenciar uma geração de bandas até hoje! 🙂

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