O Black Sabbath, com toda certeza, é a nua personalidade do peso e dos climas carregados. Seus temas musicais são ímpares na história da música, cravando assim sua sombria assinatura sobre o manto “sagrado” do Heavy Metal.
Após dois grandes álbuns (“Black Sabbath” e “Paranoid”), a banda decide descer três semitons em sua afinação para despejar peso e obscuridade em seu próximo álbum, o “Master of Reality”, lançado em 21 de julho de 1971.
O álbum abre com a faixa “Sweet Leaf”, onde a tosse de Geezer Butler faz claras referências ao uso de maconha. O título foi inspirado num slogan de um maço de cigarros comprado pelo baixista em Dublin. A letra em si representa de forma recreativa o amor e apego pelo uso da droga.
Tony Iommi, durante o disco todo, toca de forma suja e obscura, transformando até mesmo temas religiosos em verdadeiras alquimias musicais, como no caso da faixa “After Forever”, onde por mais que soe (e talvez realmente seja) de cunho cristão, traz riffs e climas carregados e densos.
É incrível como a evolução dos músicos durante o álbum traz pegadas conscientes e de uma métrica quase que cirúrgica. Em “Master of Reality” podemos ouvir baixos pesadíssimos, guitarras inspiradas e negras, além de uma bateria tão marcante quanto o vocal hipnotizante de Ozzy Osbourne.
Peças instrumentais como “Embryo” e temas quase que eruditos como “Orchid” fazem um ótimo contraponto a músicas pesadas, tais como, “Lord of This World” e “Children of The Grave”. Aliás, esta última, a meu ver, é uma das mais pesadas do Black Sabbath: tem uma letra incrível sobre os inocentes que se voltam contra as guerras. Assim como em “War Pigs”, a temática faz uma alusão a situação de crianças que são enterradas vivas.
“Master of Reality” é um quadro pintado com variados temas e climas, um exemplo é a serenidade da faixa “Solitude”, onde a abordagem trata de forma contundente a solidão. Já em “Into The Void”, a métrica gira em torno da poluição e sobre a vã morte do homem perante suas criações.
O álbum ganhou dupla platina nos Estados Unidos após vender mais de 2 milhões de cópias, tornando-se um dos maiores em vendagem na história da banda. Em suma, o disco é simplesmente fantástico e indispensável em qualquer coleção de respeito, além, claro, de ser um presente musical e cultural para os amantes da música pesada.
Faixas:
01 – Sweet Leaf
02 – After Forever
03 – Embryo
04 – Children of The Grave
05 – Orchid
06 – Lord of This World
07 – Solitude
08 – Into The Void
Esse álbum é fodástico!