Roadie Metal Cronologia: Black Sabbath – Master of Reality (1971)

Após “Black Sabbath” e “Paranoid”, os criadores do Metal, o quarteto de Birmingham BLACK SABBATH, viria com um disco que, pela primeira vez, nos mostraria o molde mestre, a planta do que conhecemos por Doom Metal, Stoner Rock e outras coisas. O clássico “Master of Reality”.

Lançado em 21/07/1971, a primeira coisa que salta os olhos em “Master of Reality” é que as influências psicodélicas e bluesísticas começaram a esmaecer de tal forma que este disco realmente cheira a Heavy Metal puro e simples. Por outro lado, com Tony Iommi baixando ainda mais a afinação da guitarra, percebe-se um som ainda mais pesado, denso e coeso que em seus predecessores. Além disso, o talento individual dele, de Ozzy Osbourne, Geezer Butler e Bill Ward começa a aparecer, dando a clara impressão que eles poderiam mudar ainda mais as regras do jogo no futuro (e eles fariam isso, como todos sabemos). Podemos até, sob uma ótica não muito ortodoxa, dizer que este é um disco de transição: deixa as influências que ajudaram a moldar os dois primeiros de lado, mas se percebem nuances musicais mais elegantes e encorpadas começando a dar as caras.

Bem, eles são os pais do Metal, logo, quem disse que eles precisariam de um manual de regras para se guiar?

Rodger Bain, pela terceira vez consecutiva, veio para produzir o quarteto. Óbvio que a gravação é visceral, orgânica e suja. Mas é o que poderia ser encontrado na época, ainda mais que o grupo se encontrava em crescimento (logo, ninguém iria investir milhões de dólares na gravação, pelo menos naquele momento). Mas é justamente esse jeito mais simples e artesanal que faz com que as músicas de “Master of Reality” ganhem vida. O som das guitarras é abrasivo de uma forma que muitos tentam imitar, o baixo pulsa com força e a bateria está muito bem. Ozzy é Ozzy, e canta da mesma forma aguda e simples de sempre (o que rendeu bons frutos). A arte é uma tosqueira só, sejamos francos: preto e roxo de uma vez só ficou muito simples. Mas nessa simplicidade visual, a atenção fica toda só na música.

E meus caros, que aula!

Como dito, a simplicidade que guiou “Black Sabbath” e “Paranoid” começa a ganhar contornos mais elegantes, ao mesmo tempo em que o peso e identidade do Black Sabbath se firmam ainda mais. Para muitos fãs, o Black Sabbath parou nesse disco, uma vez que “Master of Reality” fecha a trinca influenciadora do Doom Metal e do Stoner Metal/Rock.

Falar das músicas?

Sinceramente, é impossível. Todas são clássicos absolutos do Metal. Mas o peso cadenciado e denso de “Sweet Leaf” (a tosse de Tony no início é impagável, bem como seus riffs sinuosos), o groove cheio de energia e melodias de “After Forever” (que peso em termos de baixo e bateria), o hino definitivo de “Children of the Grave” (uma canção sólida, sinuosa e com um trabalho fenomenal em termos de instrumental), além da catarse apresentada em “Lord of this World” e na mágica “Into the Void” são marcos de um estilo que estava nascendo. E se repararem, nas instrumentais “Embryo” e “Orchid”, a elaboração musical que darão a tônica em trabalhos de “Vol. 4” até “Sabotage” está bem evidente.

De “Black Sabbath” até “Sabotage” eles não deram uma fora, mas com “Master of Reality” o Black Sabbath começa a mostrar as garras.

Formação:
Ozzy Osbourne – vocal
Tony Iommi – guitarra, flauta (em “Solitude”), piano (em “Solitude”), sintetizador (em “After Forever”)
Geezer Butler – baixo
Bill Ward – bateria

Faixas:
01. Sweet Leaf
02. After Forever
03. Embryo (instrumental)
04. Children of the Grave
05. Orchid (instrumental)
06. Lord of this World
07. Solitude
08. Into the Void

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