O ano que viu George Bush assumir seu primeiro mandato como presidente dos EUA, a destruição das imagens de Buda no Afeganistão pelo Talibã, e o fim das torres do World Trade Center, foi um ano em que o Metal esteve em alta, bem criativo. O Black Metal estava começando a dar sinais de cansaço em sua expansão comercial, o Power Metal melódico estava em alta, e nisso, o AMORPHIS lançava seu quinto disco de estúdio, “Am Universum”.
De cara, ele é apenas mais direto e cru que seu antecessor, “Tuonela” (que tinha um jeito mais Stoner de ser), já que tem um jeito mais Hard Rock/Classic Rock, ao mesmo tempo em que os teclados começam a transitar para o que seria no futuro. Ainda é o AMORPHIS buscando solidificar sua identidade musical que viria apenas mais adiante no futuro. Mas “Am Universum” tem seu apelo e mesmo momentos memoráveis.
O lado da sonoridade foi realmente mais elaborado. Como existem partes de saxofone e o grupo começa a dar uma importância maior aos teclados, era preciso algo mais rebuscado, sólido, e limpo. E assim o é, embora exista um alinhavo agressivo que permeia o disco. Basicamente, encaixa na proposta musical do disco.
Há certo experimentalismo presente, sinal da busca por algo diferenciado da leva de bandas com uma sonoridade que mixasse as influências de Stoner Rock, Rock Progressivo e Metal, e assim, pode-se perceber que canções como “Alone” (com seu acento quase Pop/Progressivo, ótimo refrão e belas partes de teclados), a progressiva e envolvente “Goddess (of the Sad Man)”, a pegajosa e climática “Crimson Wave” (o saxofone dá um toque “noir” à canção, quase Jazz), as melodias “heavyssívas” de “Drifting Memories”, o jeitão pesado de “Forever More”, e a forte “Grieve Stricken Heart” se destacam, embora o disco seja todo muito bom.
Demais, apenas que em “Am Universum” o grupo volta a ser um sexteto, tendo Santeri Kallio efetivado como tecladista, e marca a saída do baterista Pekka Kasari (com quem haviam gravado “Elegy”, “Tuonela”, além desse), que dará lugar a Jan Rechberger (baterista original do AMORPHIS, que voltará à banda). Fora isso, embora não tenha a importância de “Tales from the Thousand Lakes” ou o gosto diferenciado de “Silent Waters” ou de “Queen of Time”, “Am Universum” é item obrigatório para os que gostam do grupo.
Banda
Pasi Koskinen – Vocais
Esa Holopainen – Guitarra solo
Tomi Koivusaari – Guitarra base
Santeri Kallio – Teclados
Niclas Etelävuori – Baixo
Pekka Kasari – Bateria
Tracklist
01 Alone
02 Goddess (of the Sad Man)
03 The Night is Over
04 Shatters Within
05 Crimson Wave
06 Drifting Memories
07 Forever More
08 Veil of Sin
09 Captured State
10 Grieve Stricken Heart