A titia mais aloprada do Metal e do Hard Rock nunca cansa de surpreender seus fãs. Desde que a formação clássica de sua banda implodiu após o lançamento de “Muscle of Love” de 1973, houve dúvidas sobre a sua carreira solo, começada com o ótimo “Welcome to My Nightmare” de 1975. Mas como ALICE COOPER sempre tinha a mania de chocar a tudo e todos, lá veio ele com “Alice Cooper Goes to Hell” em 1976. E mais uma vez, fez um disco de primeira.
Existem diferenças da carreira solo do mestre do horror do Rock para a época clássica de sua antiga banda, e este disco mostra isso. Existe um maior espectro musical permeando este disco (composto quase que inteiramente por Alice, o guitarrista Dick Wagner e o produtor Bob Ezrin), como momentos quase Jazz/Noir em “I’m the Coolest”). Mas o ponto mais chamativo é que se trata de mais um disco conceitual, ou seja, onde uma estória é contada pelas letras de todas as canções. Não é à toa que King Diamond tem Alice como um herói pessoal. Musicalmente, ele é um ótimo disco, de boa qualidade, mas já mostra o quanto o vício de bebidas estava afetando não só o corpo de Alice, mas sua criatividade.
Produzido por Bob Ezrin (o “goldfinger” que ajudou a levantar o nome do cantor em sua primeira banda, bem como deu uma forcinha para o KISS decolar com “Destroyer”), que deu ao disco uma “cara”, ou seja, uma sonoridade que pudesse dar à diversidade musical um formato de “unidade”. Óbvio que soa claro e com sua dose devida de sujeira (estamos falando de um disco de Rock, por favor), mas sempre mantendo a visão de que “o ouvinte tem que entender o que está sendo tocado”.
Óbvio que existem hinos do Hard Rock em “Alice Cooper Goes to Hell”, como “Go to Hell” (precedida pela narrativa “A Bedtime Story”), o Rock/Jazz de “I’m the Coolest”, a provocant “Didn’t We Meet” (um jeitão Bluesy com toques psicodélicos e ótimos backing vocals), e a elétrica e cheia de energia “Guilty” (uma canção ótima para sacudir a poeira do esqueleto). Mas se preparem para as incursões na Disco Music (que começava a fazer sucesso no exterior) em “You Gotta Dance” e no Rock ‘n’ Soul de “Wish You Were Here”. O sucesso mesmo é “I Never cry”, uma Power Ballad de bastante sucesso, que chegou a ser tema de uma antiga novela dos anos 70.
“Alice Cooper Goes to Hell” é um ótimo disco, mas não tem o gosto inovador de “Welcome To My Nightmare”, muito menos é um Hardão de respeito como se ouviu em seu maior sucesso comercial, “Billion Dollar Babies” (ainda com sua antiga banda), mas é daqueles que, quem é fã dessa Titia aloprada não pode deixar de ter em casa.
Banda:
Alice Cooper (vocal);
Dick Wagner (violão, guitarra, vocais);
Steve Hunter (guitarra);
Tony Levin (baixo);
Allan Schwartzberg (bateria);
Bob Babbitt (baixo – músico convidado);
Jimmy Maelen (percussão – músico convidado);
Jim Gordon (bateria – músico convidado)
Faixas:
01. Go to Hell
02. You Gotta Dance
03. I’m the Coolest
04. Didn’t We Meet
05. I Never Cry
06. Give the Kid a Break
07. Guilty
08. Wake Me Gently
09. Wish You Were Here
10. I’m Always Chasing Rainbows
11. Going Home