O AEROSMITH é mesmo um gigante em termos de Hard Rock.

Depois da volta em 1984 e do lançamento de “Done with Mirrors” de 1985, a banda fez uma trinca dourada de discos, talvez a mais famosa sequência de todas em sua discografia: “Permanent Vacation” (1987), “Pump” (1989) e “Get a Grip” (1993), sendo que o último os trouxe ao Brasil para uma apresentação bombástica no Hollywood Rock em janeiro de 1994.

A banda ficou 4 anos sem lançar disco inédito (apenas a coletânea “Big Ones”, de 1994, contendo material dos discos da banda desde seu retorno, na gravadora Geffen). Isso para resolverem uns probleminhas para poderem sair da Geffen e irem para a Columbia, além de ficarem um tempo com a família e depois começarem a gravar o 120 disco da banda, já pela gravadora nova: “Nine Lives”, de 1997.

O que se espera de um disco desses?

Verdade seja dita: o disco não repete a energia e pegada dos três anteriores. Mas ao mesmo tempo, não chega a ser um lixo. O que ocorre aqui é que a produção ficou extremamente bem cuidada, e isso tirou aquela energia irreverente e espontânea do quinteto. Embora a banda esteja em uma forma exuberante (especialmente os “Toxic Twins” Steven Tyler e Joe Perry), a banda não está tão inspirada em termos de composição. Mas que o disco é bom, isso é, aquele mesmo Hard Rock com toques de Blues que os tornou famosos.

O problema, mais uma vez, é na produção sonora. Kevin Shirley mais uma vez comete o mesmo erro: deixar a gravação oca e sem peso, suja sem necessidade. Óbvio que a busca por algo mais cru e raiz deveria ser uma necessidade do grupo, mas está seco, sem peso, e em termos de sonoridade, privilegia apenas o lado acessível da música do grupo, bastando ouvir as baladas para se ter esta clara idéia.

Além disso, a inspiração musical do grupo não é a mesma. Muitas vezes, aquele gancho fundamental do AEROSMITH, que nos ganha em músicas como “Love in na Elevator” ou “Eat the Rich” está ou muito fraco ou ausente. E mesmo com muitos compositores ajudando a banda, o disco não decola (exceção feita a Desmond Child na linda “Hole in My Soul”).

No mais, músicas como a vibrante “Nine Lives” (que a produção não ajuda, mas é um musicão), a belíssima e emocionante balada “Hole in My Soul” (mais uma vez, a voz de Steven está perfeita), a pesada e trabalhada “Taste of India”, a acessível e cheia de suingue “Something’s Gotta Give” (veja como Joe e Brad são monstros nas guitarras), a pesada “Crash”, e a balada bluesy pesada “Pink” (com toda uma modernidade empatada com o que era feito na época) são boas canções, mas não se comparam aos hits dos discos anteriores.

É um bom disco se o ouvinte não for exigente, e uma prova que Kevin Shirley deveria ser banido do meio. Que vá produzir outros gêneros, pois de Metal e Rock, ele está por fora.

 

Formação:

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Steven Tyler (vocal, teclado, piano, harmônica);
Joe Perry (guitarra, slide guitar, backing vocals);
Brad Whitford (guitarra, violão);
Tom Hamilton (baixo);
Joey Kramer (bateria).

Faixas:
01 – Nine Lives
02 – Falling in Love (is Hard on the Knees)
03 – Hole in My Soul
04 – Taste of India
05 – Full Circle
06 – Something’s Gotta Give
07 – Ain’t That a Bitch
08 – The Farm
09 – Crash
10 – Kiss Your Past Good-Bye
11 – Pink
12 – Attitude Adjustment
13 – Fallen Angels

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