O hiato chegou ao fim e a nova era da destruidora banda inglesa SYLOSIS se ergue novamente no horizonte, o batalhão se agrupou mais uma vez e quatro anos após o anúncio que Josh Middleton passaria a substituir o falecido amigo Tom Searle no Architects os fãs dos potencializadores thrashers agora entenderam a mensagem, este não era o fim, eles estão de volta em ‘CYCLE OF SUFFERING‘ e não irão te poupar da fúria de sua sonoridade visceral e contundente. O quinto álbum de estúdio do SYLOSIS foi lançado no dia 7 de fevereiro de 2020 pela Nuclear Blast e no Brasil através da parceria com a Shinigami Records e já chega demolindo os paredões de dúvidas que cercavam esta banda.
Nós somos obrigados a admitir, uma mudança de direções está sendo adotada aqui e talvez tenha sido esta a principal razão pela qual a banda parecia sucumbir na escuridão cinco anos atrás. Você não tem muitos nomes para citar quando seguimos os critérios mais profusos do thrash metal e inevitavelmente isso está desaparecendo, muito poucos atos modernos são capazes de manter esta relação de amor e ódio com o gênero ainda viva com a mesma perspicácia e com certeza SYLOSIS como Trivium e Revocation tem seu lugar garantido, mas desde sua estréia no EP ‘Casting Shadows‘ de 2006 até o álbum não tão bem sucedido ‘Dormant Heart‘ de 2015 estes caras estiveram queimando toda sua carga sem parar e quando finalmente o single “Different Masks on the Same Face” foi lançado em 2016 aquilo soava decepcionante demais e SYLOSIS parecia estar sucumbindo e nós caímos na óbvia conclusão de que um tempo era preciso para reformular todo o conceito e certamente eles o fizeram.
Quando o single “I Sever” foi lançado em dezembro de 2019 o hiato prolongado fez sentido pela primeira vez e agora o confronto com uma banda rejuvenescida traz de volta ao público a esperança de que a nova era de SYLOSIS está apenas começando e seus riffs precisos, melodias épicas e angustiantes estão fornecendo uma enxurrada de trituração dissonante que parece marcar o melhor momento da banda até hoje.
A voz de Middleton ainda soa punitiva tanto quanto se imaginava e embora as raízes de SYLOSIS ainda estejam fincadas as entranhas do thrash metal estes músicos estão correndo habilidosamente pelas margens dos subgêneros, os subgêneros que se adequam a SYLOSIS é claro, e como resultado este é o álbum mais acessível e diversificado que a banda já produziu, e como você pode esperar com muitas linhas de baixo de quebrar os dentes tanto quanto suas guitarras densas e esfoliantes, estes caras estão raspando fora os resíduos do passado? Você pode apostar que sim!
O chamado para a guerra se abre em “Empty Prophets” e maldito seja, SYLOSIS estará massacrando os seus ouvidos instantaneamente. Não há exageros de interlúdios, não há contra-tempos desnecessários, Ali Richardson está fornecendo munição suficiente na bateria para um faixa rápida e explosiva que com “I Sever” disparam o álbum por uma justa mescla de metal melódico e thrash.
Para alguns saudosistas ‘CYCLE OF SUFFERING‘ pode parecer um pouco estranho comparado a seus antecessores em questão de consistência de peso ao longo de todo o álbum, mas de uma coisa você pode ter certeza, isso vem em pares e o momento seguinte se inicia em “Shield” e uma pequena introdução silenciosa é arrebatada por uma imensa desolação explosiva acompanhada por “Calcified“.
Embora SYLOSIS sempre tenha sido uma banda tecnicamente fantástica, não se pode exagerar o quanto eles melhoraram sua estrutura ao voltar ao jogo. “Idle Hands” e “Arms like a Noose” possuem um número absurdo de seções complicadas em todos os instrumentos e você ainda terá a impressão de que é tão fácil para eles quanto beber uma xícara de chá, malditos britânicos! (risos)
O álbum seguirá aniquilando as suas dúvidas faixa a faixa mas eles mudaram completamente a abordagem para o encerramento em “Abandon“, uma faixa mais cadenciada, talvez como alguma sobra da influência de Middleton no Architects. Não é algo comum para SYLOSIS o uso de vocais limpos mas eles o dosaram aqui como veneno em pequenos e miseráveis goles destilados aos efeitos e a entrega bruta e habitual de Middleton em uma combinação lenta e sinuosa que se desenvolve em explosões de peso em um grande momento instrumental e atmosférico.
Talvez um pouco abaixo das expectativas de uma parte do público mas é inegável, ‘CYCLE OF SUFFERING‘ é um retorno triunfante de uma banda que soube usar o exílio para amadurecer e acredite não está nada difícil agora eles assumirem a dianteira no topo das bandas de metal do Reino Unido, e eu espero que até mais além.
Data de lançamento: 07 de fevereiro de 2020
Gravadora: Nuclear Blast/Shinigami Records
Track listing
1 – Empty Prophets
2 – I Sever
3 – Cycle of Suffering
4 – Shield
5 – Calcified
6 – Invidia
7 – Idle Hands
8 – Apex of Disdain
9 – Arms like a Noose
10 – Devils in Their Eyes
11 – Disintegrate
12 – Abandon
Membros da banda
Josh Middleton – vocal/guitarra/teclado
Alex Bailey – guitarra
Conor Marshall – baixo
Ali Richardson – bateria
