Gostaria de começar esse texto de hoje com um relato sincero de um redator que está nesse ramo da crítica musical há 3 anos.
Se você acompanha a Roadie Metal de forma constante, então sabe muito bem que diariamente realizamos um quadro aqui chamado “Roadie Metal Cronologia”, onde a equipe de redação do site destrincha a discografia de alguma banda/artista todos os dias, com uma resenha feita por um redator diferente de cada CD, feita em sua ordem cronológica.
Há mais ou menos um ano, um dos artistas destrinchados pelo quadro foi o cantor dinamarquês King Diamond, Cronologia esse o qual participei falando do ‘Them’, terceiro disco do vocalista lançado em 1988.
Ai vocês me pergunta: “Se você já resenhou esse álbum antes, por que você está o fazendo de novo?”.
A resposta é: porque relendo o texto em questão esses dias, senti que por imaturidade da minha parte eu acabei sendo muito injusto na minha avaliação. Caso queiram saber as baboseiras que eu falei especificamente, aqui está a resenha em questão, e caso queiram me xingar por isso, fiquem a vontade, será legítimo da parte de vocês haha.
Com isso, hoje, pela primeira vez, estou me propondo a refazer uma resenha para desfazer uma injustiça cometida por mim, analisando agora com olhos e ouvidos mais apurados.
Isso sem falar que se tratando pelo fato de hoje ser “Halloween”, o ‘Them’ é um ótimo trabalho para entrar na temática do dia.
Isso se deve ao fato do ‘Them’ ser um álbum conceitual que conta a história de um garoto que foi visitar a sua avó mentalmente doente em sua velha casa, onde lá ele precisa lidar com as vozes “deles” (Them) tentando controlar toda a situação se seguindo também de acontecimentos bizarros. História essa que e continuada e seu sucessor “Conspirancy”, lançado no ano seguinte.
E é de se imaginar que um artista com tantas excentricidades como o King Diamond iria entregar em seu som uma atmosfera típica para a temática em questão, né? E com certeza a história do ‘Them’ daria um bom roteiro de filme de terror.
Certamente, as linhas de teclado e algumas quebras de guitarras e bateria ao longo de algumas músicas (como acontece em ‘Welcome Home’) ajuda a dar esse ar macabro as faixas, isso sem falar na trilha de fundo inclusas na intro (Out From the Asylum) e na outro (Coming Home).
Muitos podem até torcer o nariz para os vários falsetes de King Diamond, mas uma coisa é fato, o cara sabe fazê-los com maestria. E além dos falsetes em si, King um ótimo controle de voz em suas mudanças de registro, conseguindo passar muito bem entre os falsetes, a voz plena e o grave rasgado.
Isso sem falar que a banda de King é a mais competente possível, destacando principalmente o guitarrista Andy LaRocque, que ajudou o cantor a compor parte do álbum, e o baterista Mikkey Dee, que mais na frente virou baterista do Motörhead (sendo considerado por Lemmy como o melhor baterista do mundo).
Com uma sonoridade bem linear e tradicional do seu início ao fim, o King Diamond entregou no ‘Them’ uma obra consistente, bastante técnica e caprichada na atmosfera que se propõe.
Mas agora vocês me perguntam: “Quer dizer que agora você curte King Diamond, Renan?”.
Bom, nesse caso sinto dizer que não. Mesmo após essa reavaliação, o ‘Them’, e o próprio King Diamond, continuarão passando longe das minhas playlists pessoais. Mas não cometerei novamente a heresia de desconsiderar todo o bom trabalho feito no álbum apenas por conta do meu gosto pessoal.
Nota: 9,5
King Diamond – “Them”
Data de lançamento: 18 de julho de 1988
Gravadora: Roadrunner Records
Tracklist
01. Out From the Asylum
02. Welcome Home
03. The Invisible Guests
04. Tea
05. Mother’s Getting Weaker
06. Bye, Bye Missy
07. A Broken Spell
08. The Accusation Chair
09. “Them”
10. Twilight Symphony
11. Coming Home
12. Phone Call
Formação
King Diamond (vocal e teclado)
Andy LaRoque (guitarra)
Pete Blakk (guitarra)
Hal Patino (baixo)
Mikkey Dee (bateria)