Se ‘Dois Contra o Mundo’ foi o bilhete de passagem premiado para a viagem sonora proporcionada pelos cariocas do Basttardos, ‘O Último Expresso’ é a confirmação de que o trem nunca mais sairá dos trilhos, e quem perdê-lo na estação, precisa ser levado às pressas ao sanatório mais próximo!

Metáforas a parte, mais pesado, mais maduro, mais bem desenvolvido… São essas as impressões que temos ao ouvir o segundo trabalho do bando. As faixas, ainda que se mantenham bem diversificadas, se apresentam de uma maneira mais concreta, onde todos os elementos e características diversas são executados mais firmemente, dosando ainda melhor a enorme gama musical (sempre) presente.

A proposta foi mantida, com um número sem-fim de influencias sonoras (tente imaginar Hard Rock, Stoner, Metal, sutis doses de Hardcore e Alternativo…), além do lado visual, voltado ao Faroeste e Terror. Aproveitando o gancho, a interessante arte gráfica (tanto da capa, quanto da contracapa), idealizada por Alex Campos e feita por Alexandre Ferreira, enche os olhos, enquanto o som emana dos auto-falantes, em quase 23 minutos de excelentes composições.

A formação também se manteve a mesma, com o já citado Alex Campos (vocal, guitarra, violão, teclado e efeitos – além de ter cuidado da produção e composições), o misterioso ‘Terceiro Elemento’ (baixo) e Bernardo Martins (bateria), que alquimicamente, elaboraram e deram forma ao Basttardos, genuinamente.

O trabalho por si só é um tremendo destaque, com músicas bem gravadas e expressivas, mas é impossível deixar de citar as cinco faixas, e suas particularidades… “Basttardos” que é a primeira das cinco faixas, já escancara o poder de fogo do trio, logo após a sua introdução totalmente “Far West”, com tudo aquilo que se ouvirá nas demais: peso, variedade e muita qualidade! “Licor de Cereja” vem um ritmo envolvente e por vezes hipnotizante, até que chega a “Despertar do Parto” – uma canção bem sentimental e carregada emocionalmente, e que inclusive ganhou um vídeo clipe. “Exilados” apresenta elementos agressivos, com levadas mais rápidas e vocais cheios de drive – pessoalmente, a minha preferida. Como sempre diz o velho ditado, que ”tudo que é bom, dura pouco”, chegamos ao fim com “Terceiro Elemento”, igualmente em alta e com um refrão forte que gruda de imediato na cabeça.

E então? Ainda dá tempo de você embarcar no trem, e fazer parte do bando!

Formação:
Alex Campos (vocal, guitarra, violão, efeitos, teclado);
“Terceiro Elemento” (baixo);
Bernardo Martins (bateria)

Faixas:
01. Basttardos
02. Licor de Cereja
03. Despertar do Parto
04. Exilados
05. Terceiro Elemento.

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