Josh Evans, o produtor de “Gigaton“, o mais recente álbum do PEARL JAM, concedeu entrevista ao portal G1, na qual ele dá maiores detalhes de como se deu o trabalho com a banda e fez uma afirmação curiosa: a de que aprendeu a tocar guitarra escutando os álbuns da fase áurea do quinteto de Seattle.

Pearl Jam – Foto: divulgação

Com 41 anos de idade e há 10 trabalhando com a banda de Eddie Vedder, ele tem em seu histórico, assinaturas em discos da carreira solo de Chris Cornell e também do SOUNDGARDEN. Sobre o trabalho com o PEARL JAM, ele afirmou:

Nos últimos dez anos, eu trabalhei com a banda executando outras funções, desde carregar caixas, pintar paredes, roadie e técnico de teclado e nos últimos cinco anos, trabalhei nos discos solos de cada um deles.

Ele conta que em janeiro de 2017, a banda marcou sessões de estúdio e que no início ele só ajudaria a gravar uma demo. Não foi bem isso o que aconteceu:

Uma hora ficou claro que não era apenas uma pré-produção, as músicas já estavam prontas. E foi engraçado porque eles nunca disseram oficialmente que eu era o produtor, eu só fui gravando. Ficamos por dois anos trabalhando em “Gigaton“. Na abertura de “Retrograde“, por exemplo, eu devo ter passado uns dois dias experimentando coisas diferentes, esticando partes de guitarra e mexendo no Pro-tools. É legal ter esse luxo de ter esse tempo, horas incontáveis.

Sobre ter aprendido a tocar guitarra escutando a banda que cresceu sendo fã, ele declarou:

Parece que eu estou trapaceando, porque eu aprendi a tocar guitarra ouvindo o PEARL JAM. E agora o Mike McCreaddy e o Stone Gossard (guitarristas) me perguntavam: “O que seria legal aqui?” Eu só penso no que eles me ensinaram e eles me respondiam “boa ideia”. Nem é ideia minha, eu roubei deles, Só repito (as ideias) para eles 20 anos depois.

A respeito das ideias do novo play, Josh diz que não era uma ideia pré-concebida, pelo menos não para ele:

Eles nunca me disseram que iria fazer um disco sobre mudanças climáticas ou política. É estranho ver o que viraram as emoções desse disco nos últimos dias. Não dava para prever. Você acorda, toma o seu café, lê as notícias e fala: “Viu o que o (Donald) Trump fez hoje? Não acredito no que está acontecendo”. O bom de uma banda como o Pearl Jam é que eles conseguem colocar essas emoções nas músicas.

Ele prossegue falando do processo de composição:

No estúdio nunca rolou de eles falarem: “Estou bravo com o Trump, vamos escrever uma música sobre ele”.Estávamos vivendo nesse mundo e tentando entendê-lo juntos. Mas havia muita conversa no estúdio, todos os dias, sobre como esse mundo ficou doido. È estranho ver o que viraram as emoções desse disco nos últimos dias. Não dava para prever.

Sobre Eddie Vedder, sobram elogios.

A genialidade dele é pegar o que está acontecendo no mundo, na casa dele, no coração dele, nos vizinhos, incorporar nas letras e fazer isso se conectar com todos.

Josh Evans está isolado em Seattle, que é uma das cidades mais afetadas dos Estados Unidos por esta pandemia do novo Corona Vírus. Ele substituiu o produtor Brendan O’Brien, responsável pela maioria dos álbuns do PEARL JAM e que havia trabalhado nos últimos dois trabalhos da banda, “Backspacer” (2009) e “Lightning Bolt” (2013). “Gigaton” foi lançado em 27 de março deste ano e é o décimo-primeiro da longeva carreira dos caras.

Josh Evans – o produtor de “Gigaton”. Foto: divulgação

Fonte: G1

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