Metal Voice é um quadro da Roadie Metal criado por cinco redatores, cujo o ponto em comum é o fato de serem, ou já terem sido, vocalistas de bandas de Rock/Metal. Nos textos, serão publicadas entrevistas com diversos vocalistas, onde cada um contará a sua história e trajetória até chegar no posto de frontman/frontwoman de uma banda, indo dos detalhes pessoais até os mais técnicos, com total enfoque na questão vocal.

No quadro de hoje conversaremos com Boby Vianna, vocalista da banda de Hardcore Melódico chamada Refuse.

Refuse é uma banda de Hardcore Melódico formada em Araraquara – SP em 2018. A sonoridade da banda agrega sons que passam também pelo Pop Punk e pelo Post Hardcore, trazendo letras com experiências biográficas e reflexões sobre a vida, junto de letras de protesto e de mensagens positivas.

Para saber um pouco mais sobre a banda, confira o quadro Aumenta o Som Aí #24: Refuse.

Então vamos para a entrevista. Confira abaixo!

Roadie Metal – Vamos começar do início: como começou sua relação com a música? Tem alguma primeira lembrança marcante?

Desde muito pequeno gostei de música, porém não levava a sério, lembro que quando tinha uns 6 ou 7 anos me inscrevi num concurso de canto na escola que estudei.

Roadie Metal – Muito cedo mesmo! E por que decidiu ser vocalista? Algo em especial te despertou maior interesse?

Eu queria ser guitarrista, mas fiz umas aulas de violão e não me dei muito bem, mas aconteceu meio que organicamente. Eu ia a shows de amigos e quando via já estava fazendo uma participação, até que um dia fui convidado pra entrar na minha primeira banda. O que me despertou foi poder passar a mensagem e o que eu sinto para mais pessoas. O vocalista é mais livre para falar, expressar o que sente e tal.

Roadie Metal – Entendi, realmente: a mensagem fica a cargo do vocalista mesmo. Vamos falar de referências agora: quais suas referências de vocalistas? Tem alguém que quando você ouviu decidiu “também quero fazer isto!”?

Cara, são tantas… Quando criança queria ser o Axl Rose, Bon Jovi, Sammy Hagar, esses caras… Aí quando adolescente queria ser o Zack De La Rocha ou Fred Durst. Mas acredito que as principais no momento seriam o Rodrigo do Dead Fish, o Dan Marsalla do Story of the year e o Nate Barcalow do Finch, por dosarem o vocal melódico e alguns berros. Porém acredito que os caras que realmente fizeram eu ter vontade de subir no palco com certeza foram o Chorão do CBJR, pelo carisma e o Rodrigo do Dead Fish, pela e energia e fúria com que ele canta e passa a mensagem dele.

Roadie Metal – Várias referências mesmo! E no fim, os mais marcantes foram aqueles que tinham características, de algum modo, parecidas com a sonoridade do Hardcore Melódico. Agora falando de música mais atual, gosta de algum vocalista da nova geração ou prefere o pessoal da velha guarda?

Eu meio que gosto de mesclar, mas acredito que tem uma “molecada” nova aí que anda mandando muito bem! Dois que eu gosto demais são o Arthur do Bullet Bane e o Victor do Dharma Numb.

Roadie Metal – Sim, entendi! Sempre importante esta renovação mesmo.

Falando um pouco sobre você agora: Há quanto tempo atua como vocalista da REFUSE e qual acredita ter sido o melhor show da banda? E qual sua melhor performance individual? Por quê?

Estou no meu terceiro ano na Refuse. Acho que o Araraquara Rock é uma unanimidade de melhor show entre os integrantes, e também acho que foi minha melhor performance. Havíamos nos preparado intensamente, fizemos shows preliminares já pensando em como seria. Foi um trabalho de no mínimo uns 4 meses, então estávamos muito alinhados, sabíamos o passo de cada um, fora a estrutura, o público que deu mais empolgação pra fazer esse show.

Roadie Metal – Falando de forma mais técnica agora: tem alguma técnica vocal específica que você prefere utilizar? O que faz para atingir o resultado vocal que considera satisfatório?

Eu sou um leigo em técnica, não entendo nada de nota, tanto que pra gravar é uma luta! Estava nos meus planos começar um curso de canto, porém com a pandemia isso deu uma atrasada, mas continua nos planos.

Sabemos que fazer música autoral é bem desafiador. Por que cantar música autoral e como faz para colocar a melhor nota para construir a melhor melodia para a música? É um grande desafio?

O que acontece é que alguém da banda fala assim “cê tem que cantar mais alto/baixo” ou “mantém assim, faz a linha dessa forma”, são eles que me auxiliam. Cantar autoral é gostoso porque você está compartilhando sua arte, seu trabalho, horas de composição e ver o pessoal gostando disso, e até cantando suas músicas é muito recompensador. É ótimo saber que você está cantando algo que mais gente se identifica.

Roadie Metal – É realmente muito recompensador isto!

Agora falando das músicas da sua banda: qual delas tem o maior orgulho de ter composto ou ajudado a compor? E tem alguma que tenha achado que tenha ficado ótima sua participação? Por fim: qual delas exige mais de você?

Eu gosto muito de A Saída. Ela ficou muito a minha cara, tanto a letra quanto a melodia. É uma música que você pode interpretar de várias maneiras, tem uma melodia que alterna entre o leve e o pesado. A que exige mais de mim é a Mitos, pois ela é bem berrada e com o bpm muito rápido; é muito fácil de perder o tempo com ela.

Roadie Metal – Agora aproveite para falar um pouco sobre sua banda: quem é a REFUSE? Quando tudo começou? Que tipo de som fazem? O que já conquistaram? O que ainda pretendem conquistar? Qual trabalho autoral seu você gosta mais? Por que resolveram fazer Rock Autoral? Deixa aí para galera um resumo para poderem acompanhar o trabalho de vocês!

A Refuse é uma instituição. Prezamos pela qualidade das letras e atitudes, tanto como banda, como amigos ou individual. Temos pensamentos alinhados,e queremos trazer tanto amor, sentimentos, como uma posição política de resistência.
Começou em meados de 2018 e fazemos Hardcore Califórnia, melódico e uma pitada de Pop punk.
Acho que nossas maiores conquistas foram conseguir gravar um EP e dois clipes com qualidade absurda, o que é difícil hoje em dia se você não tiver muita grana ou um bom empresário.
Nosso primeiro clipe apareceu em matérias em diversos sites de nome, compartilhado em grandes páginas de música no Facebook.
A gente pretende conquistar ainda mais a galera fora do estado, segundo uma estimativa dos sites de streaming, temos um bom público na capital, então logo queremos um show por lá.
Já trabalhei com diversas bandas autorais, mas a Refuse é a que mais ficou com a minha cara, que eu ouço e falo “caramba, essa música podia ser muito bem do Millencolin, ou do Rise Against.” Hahahahahahaha.

Agora é para encerrar: quais dicas deixa para quem está começando na música? E para quem quer ser um vocalista: o que, na sua experiência, é importante fazer e quais passos dar para alcançar a melhor performance? Para finalizar deixe uma mensagem para os músicos autorais que querem apresentar sua arte para o mundo.

Primeiro fazer por amor. Fazer por que você realmente gosta e, se você realmente gostar, sempre vai ter uma voz na sua cabeça que não vai te deixar parar.
Independente de saber ou não teorias, notas entre outros, é prestar muito a atenção no que está fazendo, e principalmente se cuidar, cuidar da saúde, pois a gente depende de estar saudável, qualquer coisinha já afeta a voz, e consequentemente sua performance, e não seja preguiçoso como eu e vá aprender a teoria.

Acredito que não é fácil fazer autoral, a gente pensa em desistir por não ter tanta visualização, por achar que a música não é boa, mas pra mim se o que você fizer, bater dentro do coração de uma pessoa, já é uma grande recompensa.

Para saber mais sobre a banda Refuse, basta clicar nos links abaixo.

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