Roadie Metal Cronologia: Black Sabbath – Heaven and Hell (1980)

Depois de dois fracassos com “Technical Ecstasy” e “Never Say Die”, de uma tour onde tomaram um sacode do Van Halen em todos os shows, Ozzy sendo despedido da banda devido aos problemas com drogas e bebida (e ao que parece, o pai dele havia falecido por esta época), Geezer saindo em outubro (por conta do divórcio, mas retornaria à banda ainda em , parecia que o ano de 1979 guardava um fim amargo para o Black Sabbath, que aparentemente tinha poucas chances de ser, mais uma vez, uma banda relevante e de sucesso. Mas quis o destino que em Junho, o vocalista Ronnie James Dio (ex-Elf e ex-Rainbow) entrasse para a banda (por sugestão de Sharon Arden, antes de casar-se com Ozzy), e com a ajuda de Geoff Nichols (tecladista, que chegou a tocar baixo nas demos do disco), além da inspiração, veio ao mundo em 25/04/1980 um clássico, “Heaven and Hell”.

Musicalmente, o estilo da velha Bruxa havia evoluído bastante, se tornado mais polido e moderno, mas sem perder sua suas acaracterísticas abrsivas e soturnas. Além disso, a voz de Ronnie James Dio, infinitamente mais versátil, rendeu possibilidades musicais que antes eram impossíveis. Mesmo os solos de Tonny Iommi melhoraram no aspecto técnico. O baixo foi um samba do crioulo doido: Geoff chegou a tocar um pouco, Frank Zappa se ofereceu para gravar (pois Tony havia pedido a ele uma indicação, já que eram amigos de longa data. Ele só não o fez porque Tony preferiu um membro fixo para a função), e logo seria a vez Craig Gruber (também ex-Elf e ex-Rainbow) entrar. Ele chegou a gravar o disco, mas Geezer retornou à banda e regravou todas as partes (o que gerou uma fofoca imensa). Na bateria, apesar dos problemas com álcool e drogas, Bill Ward continuou, mas logo sairia. Mas apesar do parto sofrido, a criança passou bem, obrigado, a ponto de “Heaven and Hell” pode ser comparador a qualquer clássico da banda com Ozzy. O quarteto havia renascido, e estava pronto para novos desafios.

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Dando aquela forcinha na produção, estava o renomado Martin Birch, conhecido por seus trabalhos com o Rainbow, Deep Purple, Wishbone Ash, Whitesnake, e outros. Foi o primeiro produtor a trabalhar com o quarteto desde “Master of Reality”, onde Tony assumiu as rédeas da coisa. Óbvio que a sonoridade de “Heaven and Hell” continua, até os dias de hoje, brilhante, pesada e coesa, sempre atual, sem perder seu brilho. A capa veio de uma pintura do artista Lynn Curlee, chamada “Smoking Angels”, e as gravuras da banda na contracapa são de Harry Carmean. Óbvio que a capa causou furor nos meios mais conservadores, ou seja, até nisso o Black Sabbath havia despertado de sua letargia.

Em termos musicais, “Heaven and Hell” não deve nada a discos como “Black Sabbath”, “Sabbath Bloody Sabbath” ou “Sabotage”, tão pesado como os primeiros, e tão elaborado como os outros. Óbvio que a banda deu o sangue no meio do caos, mas o resultado final valeu a pena.

Neon Knights: Uma faixa rápida, energética, guiada pela guitarra abrasiva de Tony e o baixo vibrante de Geezer. É uma das favoritas da fase, e um dos grandes sucessos dessa formação.

Children of The Sea: É justamente aqui que Ronnie mostra suas virtudes. Sua voz se encaixa muito bem nos momentos mais lentos, como na introdução (onde sua voz é melodiosa) como nos mais pesados. O andamento é mais cadenciado, coisa típica da Bruxa de Birmingham, e é outro clássico do grupo.

Lady Evil: Introduzida pela bateria sempre eficaz e justa de Bill, aqui temos uma canção um pouco mais acessível, com um refrão que nos envolve, além de solos de guitarra inspirados e cheios de feeling.

Heaven and Hell: Gezzer e Bill guiam a música, fora alguns teclados soturnos, sendo bem forte e muito bem arranjada, azeda e introspectiva, além de um show de interpretação de Ronnie (sorry, Ozzy, mas não dava para você) e solos explêndidos de guitarra (Tony estava MESMO inspirado aqui). Mais que isso, é desnecessário falar, pois é um dos eternos hinos do grupo.

Wishing Well: Apesar do peso, os riffs de guitarra são mais voltados ao Rock’n’Roll básico. Mesmo com muito peso, é uma canção bem acessível, capaz de atingir um público maior.

Die Young: O início é bem lento e introspectivo, mas logo as guitarras de Tony pegam fogo e dão aquela energizada. Podemos dizer que é um hino que ajudará a firmar o chamado “USA Metal” no meado da década de 80, devido à fusão de técnica e melodia, e um bom nível técnico. E novamente, alguns teclados dão um toque especial no acabamento.

Walk Away: Outra faixa pesada, mas comercial e com jeitão voltado a Rock’n’Roll. Óbvio que a base de Geezer e Bill rouba a cena.

Lonely Is The Word: Arrastada, com a guitarra fazendo riffs fantásticos, e um certo toque Bluesy (coisa óbvia para Tony), com Ronnie mostrando contrastes interessantes entre seus momentos mais agressivos e outros nem tanto.

Já saiu remaster, versão dupla, e outras. Isso prova o quanto “Heaven and Hell” é seminal, a sua importância enorme.

Infelizmente, esta formação se desfez com a saída de Bill (e a entrada de Vinnie Appice). E esta só gravou mais um disco de estúdio (“Mob Rules” de 1981) antes de se desfazer, se reunir e soltarem “Dehumanizer” em 1992, se dissolver de novo e retornar novamente em 2006 sob o nome Heaven and Hell, e lançarem em 2009 “The Devil You Know”, antes de Ronnie James Dio fazer a passagem em 16/05/2010.

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Mas como obras são eternas, coloque agora sua cópia do “Heaven and Hell” para tocar, e agradeçam, meus caros!

Músicas:
01 – Neon Knights
02 – Children of The Sea
03 – Lady Evil
04 – Heaven and Hell
05 – Wishing Well
06 – Die Young
07 – Walk Away
08 – Lonely Is The Word

Formação:
Ronnie James Dio – Vocais
Tony Iommi – Guitarras
Terry “Geezer” Butler – Baixo
Bill Ward – Bateria

1980

Warner Bros. Records

Nacional

https://www.youtube.com/watch?v=9a–YefWqTo

https://www.youtube.com/watch?v=A9RV4UfRVLc

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