Mal encarados, barra pesada e uma banda que o tempo não conseguiu amansar ou os fazer mais acessíveis. É isso que podemos falar do quinteto nova-iorquino OVERKILL, que apesar de mudanças de formação ou mesmo o peso das décadas em suas costas, parece ficar mais e mais agressivo, mais explosivo e duro que antes. Passam os discos e eles não parecem dispostos a ceder um milímetro de seu Thrash Metal duro, potente e áspero como uma lixa d’água. Logo, não esperem nada além disso em “Killbox 13”.
Mas que se diga a verdade: a gangue do OVERKILL dificilmente erra o alvo, e investindo em seu estilo mais que consolidado, eles soltaram outra porrada sônica nos ouvidos dos fãs. Tudo bem, “Killbox 13” pode não estar entre os clássicos do quinteto, mas mostra que eles não deixam ninguém, seja empresário, gravadora, ou o raio que o seja, meter os bedelhos em seu Thrash Metal agressivo de doer os ouvidos. E por isso mesmo, excelente.
Colin Richardson é o produtor do álbum, e ainda o mixou. A masterização é de Roger Lian, por isso, temos uma sonoridade clara, seca e muito ríspida, onde o trabalho do grupo fica ainda mais rascante do que já costuma ser. Ou seja, é uma saraivada Thrash Metal feita com uma qualidade impecável.
No caso da arte gráfica, o trabalho Travis Smith (arte, design, layout) e Chuck Ridgeway (arte) ficou bem simples. Mas o OVERKILL nunca foi de fazer grandes introduções gráficas, preferindo que o foco de seu trabalho seja exclusivamente a música.
Tudo bem, eu entendo que para muitos fãs, a época de “Feel the Fire”, “Taking Over”, “Under the Influence”, “Years of Decay” e “Horrorscope” é marcante, um compêndio do que é o Thrash Metal underground de NY. Mas mesmo assim, “Killbox 13” é um disco de primeira, arrasador e com um trabalho musical muito bom.
E não tem como não gostar de pedradas como a ganchuda “Devil by the Tail” e seus riffs maciços, a destruidora de pescoços “Damned” e seu andamento lento (onde o baixo e a bateria mostram sua força), a pegada envolvente e o canto rasgado e ríspido de “No Lights” (como o Bobby canta, PQP!), o lado mais pesado, denso e introspectivo de “Until I Die”, a porradíssima “Unholy” e seu jeito mais modern de soar agressivo (olhem como baixo e bateria estão matadores), e a coleção de riffs destruidores apresentada em “I Rise”? Óbvio que as outras são ótimas, mas estas se destacam.
Torno a dizer: não é o melhor disco da banda, mas “Killbox 13” é abuso de agressividade, uma porrada nos cornos de qualquer babaca que acha que usar um colete o fará Thrasher anos 80, e além disso, é um absurdo de bom.
Killbox XIII – Overkill (Spitfire Records, 2003)
Tracklist:
01. Devil By The Tail
02. Damned
03. No Lights
04. The One
05. Crystal Clear
06. The Sound Of Dying
07. Until I Die
08. Struck Down
09. Unholy
10. I Rise
Banda:
Bobby “Blitz” Ellsworth – Vocais
Dave Linsk – Guitarras, backing vocals
Derek “The Skull” Tailer – Guitarras, backing vocals
D.D. Verni – Baixo, backing vocals
Tim Mallare – Bateria