Roadie Metal Cronologia: Sodom – Sodom (2006)

Muitos anos na atividade cobram um preço caro das bandas clássicas…

Sim, pois mesmo que a banda esteja bem e coesa, existem variações de qualidade. Nem mesmo AC/DC ou Motörhead conseguiam manter o pique, e é difícil lançar uma trinca ou quadra de clássicos de uma única vez. Em algum momento a inspiração vai faltar e a banda vai fazer um disco, ou então, apenas um disco bom, mas longe do potencial real do grupo.

E o Sodom, um dos monstros sagrados do Thrash Metal e influência para inúmeras bandas de Thrash, Black e Death Metal, em “Sodom”, mostra um disco muito bom, mas nada ainda assim distante do que esses alemães podem fazer quando inspirados.

Óbvio que o estilo da banda não mudou. Continua o mesmo Thrash Metal agressivo e com influências do Punk e do Hardcore, coisa que a banda sempre fez de “Better Off Dead” para cá. E não é que a banda esteja mal das pernas, longe disso, até temos músicas muito boas, mas nada que realmente seja páreo para discos como “Persecution Mania” ou “Agent Orange”, ou mesmo a “Code Red”. Torno a dizer: não é um disco ruim, mas não é excelente ou excepcional.

sodom

A parte da produção sonora ficou bem legal. Haan Hartmann e Andy Brings (ex-guitarrista da banda) fizeram um trabalho bem legal na produção, gravação e mixagem, mais a masterização de Eroc deixaram a sonoridade de “Sodom” em bom nível. Os timbres escolhidos foram muito bons, e a banda consegue soar clara e com qualidade, mas com aquela crueza sonora a qual estamos acostumados.

A capa de Vitali Berlin e Conny Kitscher é muito legal, trabalhada em tons de preto, branco e cinza, algo um pouco mais simples que o trio vinha apresentando. Mas encaixou perfeitamente com o que o disco se propõe.

Músicas como a rápida e raçuda “Wanted Dead” (o tom agudo de Tom cantar continua bem pessoal, e rendendo bons resultados), a mais cadenciada e com um pouco mais de melodia “Buried in the Justice Ground” (ótimo refrão e um trabalho muito bom das guitarras), o trator furioso de “Bibles and Guns” (que força da base rítmica!), a forte “Lords of Depravity” (onde o Thrash dos alemães revisa uma de suas influências mais antigas, o Motörhead, devido a algumas partes dos andamentos), o alinhavo melodioso de “Lay Down the Law”, e a força agressiva de “Nothing to Regret” e “The Enemy Inside” mostram que a banda não perdeu sua mão, apenas não estava 100% inspirada quando compuseram o disco. Novamente: está muito bom, mas não é um disco que iguale seus clássicos.

Mas mesmo assim, “Sodom” tem seus atrativos e merece aplausos, pois ficar na ativa por quase 40 anos e ainda lançar um disco desses não é coisa para a geração frutinha ou a geração clonagem.

Formação:
Tom Angelripper (vocal e baixo);
Bernemann (guitarra);
Konrad “Bobby” Schottkowski (bateria e percussão).

Faixas:
01 – Blood on Your Lips
02 – Wanted Dead
03 – Buried in the Justice Ground
04 – City of God
05 – Bibles and Guns
06 – Axis of Evil
07 – Lords of Depravity
08 – No Captures
09 – Lay Down the Law
10 – Nothing to Regret
11 – The Enemy Inside

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