Se você gosta de música experimental certamente gostará do álbum de estreia de Zach Adams. O intitulado “Dead Man Walking” possui uma produção ácida, mas não menos que suas próprias doze músicas e, para deixar tudo mais claro, este artista norte-americano – além de cuidar da parte musical – é o produtor. O repertório começa com a faixa título e, a partir daqui, se você não compreender o conglomerado sonoro, não compreenderá também as suas sucessoras “…When Wishing Still Helped One”, “Drown” e todas as outras, pois este ‘debut’ é tão despretensioso que suas faixas juntas parece uma única canção de 48 minutos.
O que foi dito no primeiro parágrafo foi para você que escuta música pasteurizada de rádios FM, agora se você gosta de sentir o que a música tem para te dizer, o resto do texto é para você. Tudo aqui é extremamente sensível, a melodia extraída de cada riff parece habitar uma grande bolha que você pode furar, em “They Want You to Be Afraid!”, por exemplo, há um baixo alucinante. Em “Gelatin Skeleton” existe uma veia punk pulsante, por isso para alguns esse trabalho pode parecer indigesto, mas, na verdade, algumas músicas como “Petrichorus” possuem até um pouco de groove.
Se alguém precisa de uma referência para definir “Dead Man Walking”, ele é como uma demo antiga do Nirvana, incluindo aí alguns trejeitos do Depeche Mode com trilhas sonoras de ficção científica. “Becoming Hollow (Am I?)” traz um clima industrial com uma pegada mais alternativa. Na sequência, “The House Always Wins” começa com um riff de guitarra muito legal e cativante. Essa é uma faixa que quebra um pouco o gesso da produção, mas “The Last Light in the Universe” traz um peso peculiar em sua estrutura e gritos pela canção realça o tema com mais versatilidade vocal.
A última trinca abre com o título conceitual “Apocalypsis, Pt. 1” que é a canção mais extensa do álbum, no entanto, seus mais de 5 minutos não remetem a algo épico. Na verdade, esta é uma música bem reta com uma base bastante melódica. A segunda parte de “Apocalypsis” é a música mais curta do álbum e se refere a uma instrumental de dimensões cinematográficas. Quem curte sonoridades fora da curva esta faixa possui boa performance. O álbum encerra com “Phantom Love – Final MIX”, uma canção de amor peculiar que traz participação de Samantha Palisoc. Esta obra de Zach Adams é para pessoas intensas que buscam explorar os próprios limites.
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