O final do mês de outubro coincidiu com o lançamento de um dos melhores álbuns nacionais deste ano: “Hy Breasail”, da banda de Pagan Metal sergipana Wild Hunt!

O álbum é uma coleção soberba de faixas pesadas e bem produzidas, unindo agressividade e melodia. Sua parte lírica é tão apurada quanto o trabalho instrumental e nenhuma das faixas foi elaborada ao acaso. Todas tem um conceito repleto de significados que, ao final, se unem em um amplo panorama. Os criadores da obra dissecaram, para os seus fãs, tudo o que procuraram abordar nas composições, e você pode acompanhar a partir de agora:

Hy Breasail é uma ilha mítica procurada por navegadores medievais de origem celta, que ficaria inicialmente na costa oeste da Irlanda. Esse mito permeava o imaginário dos marujos na época das grandes navegações, e deu origem ao nome da várias ilhas pelo Atlântico. Dentre essas “ilhas”, possivelmente o nosso país, Brasil, tenha sido chamado assim em algum momento, não só por causa da madeira, mas também em referência à ilha mítica. Como se trata de um mito pagão, possivelmente seja um nome que circulava entre os marujos do mais baixo escalão, na forma de “folclore”, e pouco mencionado pelos navegadores de mais alta patente, ligados à igreja”.

E o nome cairia bem: no mito, Hy Breasail seria a terra da dádiva, dos frutos ao alcance das mãos e do descanso. Teria descrição melhor do que essa para o nosso país pré-cabralino? E se a terra encantanda dos celtas tivesse sido, durante todo o tempo, Pindorama,visitada por navegadores visionários na idade média e posteriormente redescoberta pelos exploradores do renascimento? Essa é a idéia que permeia o novo disco da Wild Hunt, Hy Breasail – nós, brasileiros e sul-americanos, moramos na terra encantada que os europeus tanto procuraram. Com seus mitos, povos ancestrais, locais e paisagens mágicas habitadas por povos com culturas diversificadas e nobres como os tupinambás, os Incas,  Moches e vários outros. Quando segredos se encontram nessas terras? Quantas aventuras foram vividas aqui e nunca foram contadas?”.

Hy Breasail (Overture), faixa título, abre o disco explorando o mito celta e ansiedade dos navegadores europeus em encontrar a terra mágica – e a trágica visão do que o encontro daqueles povos com os povos nativos viria a acarretar num futuro então distante”.

Vessels fala sobre os exploradores europeus ancestrais que se aventuravam em pequenos barcos em busca de novas terras – barcos em que cabiam apenas poucas mentes inquietas. E fala da diferença entre esses exploradores iniciais, que buscavam um sonho, e os conquistadores que vieram depois, que buscavam apenas novas fontes de recursos econômicos”.

Ancient Forest Lore, o primeiro single do disco e música do clipe, se pergunta sobre quais conhecimentos dos povos ancestrais foram esquecidos, e que poderiam nos ajudar no momento de tormenta do mundo atual. Será que ainda podemos aprender?”.

A Heart of Gold fala sobre a ganância que destruiu e destrói nosso país, na forma do mito da Mãe-do-Ouro – uma bola de fogo que se transforma em uma mulher loira e mostra o caminho das minas de ouro para os exploradores, apenas para fazer desmoronar a entrada da mina e deixá-los presos para sempre abraçados ao seu tão querido minério, eternamente sem nenhum contato humano”.

Clash of Worlds retrata os pensamentos de um antigo pajé que, viajando pelo mundo espiritual até o futuro de então, consegue vislumbrar que aqueles primeiros navegadores curiosos são o prenúncio do fim dos tempos para o seu povo”.

A Fable of Blood chega à conclusão lógica de todo o mito de Hy Breasail – toda a magia dessa história, toda a beleza que permeou nossas terras é eventualmente reduzida a uma única cor, o ouro vermelho dos povos ancestrais e o esquecimento das aventuras, da magia e do encantamento que ora existiam aqui”.

Neverending Battle é o epílogo dessa história trágica, e pode ser resumida em uma pergunta: O que estamos dispostos a aceitar para sobreviver?”.

O disco contêm músicas antigas, compostas por Fábio Laporte antes mesmo do “Awakening of the Wilds Spirits”, e outras mais recentes, que foram enriquecidas com a guitarra solo de Josaphar e as flautas de Caio Handel. Além disso, a faixa Neverending Battle é de autoria de Josaphar.  As guitarras e baixo foram gravadas no homestudio de Fábio, vocais, flautas e violão no Orbis Studio em Brasília-DF (onde já foram gravados discos da Violator), e a bateria e mixagem ficaram a cargo de Niko Teixeira, do Audiolab Studio em Taubaté-SP. Confira, no Spotify, o álbum em toda a sua plenitude, pelo link abaixo:

Para se manter informado das novidades do Wild Hunt, fique ligado nas redes sociais da banda.

Wild Hunt:

Fábio Laporte – guitarra e vocais

Josaphar Chrisóstomo – guitarra

Caio Handel – teclado e flauta

Niko Teixeira – bateria (estúdio)

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