Antes de falar do maior fenômeno de vendas do Iron Maiden no Brasil, venho te perguntar:
Qual o primeiro álbum do Maiden que chegou ao país?
Acertou quem falou The Number of The Beast, de 1982 e que inaugurou Bruce Dickinson na banda. Discos como Iron Maiden e Killers, (os primeiros da banda), entraram no país posteriormente e para muita gente ficou confuso quem era de fato o primeiro frontman, uma vez que os brasileiros pensavam que The Number ser o álbum de estréia do grupo.
A medida que que os fãs brasileiros foram conhecendo e se apaixonando pela banda, entraram em contato com o enigmático Powerslave e foi como que fatal. Mas como tudo no país levava um tempo para disseminar, se espalhar e se envolver (especialmente numa época em que os meios de comunicação eram restritos), esses novos fãs começaram a se integrar e a se solidificar realmente após o período que marca a apresentação do Maiden no Rock in Rio, em janeiro de 1985.
Portanto, por questões óbvias e através de um dimensionamento que a platéia do Rock in Rio permitiu através de uma espetacular apresentação ao vivo, finalmente junto as rádios e TV começava a divulgação do Heavy Metal e consequentemente do Iron Maiden. O público do Maiden se formou ali, mas gerou uma sedenta procura por um novo trabalho do qual pudessem ter a certeza do que comprar nas lojas de discos e apresentar aos colegas e amigos.
Foi assim que surgiu Somewhere in time gravado em 1986 e introduzido no Brasil nos anos seguintes. Somewhere in time para os fãs brasucas era um contato bem mais intimo com a banda.
Já não se abriria o encarte do LP como se fosse uma banda a ser descoberta.Eles já eram famosos e carregavam a alcunha do sucesso para quem queria entrar de cabeça no novo estilo musical. Clique AQUI para ouvir o disco na íntegra.
Enquanto isso na Inglaterra, nos Estados Unidos, Canadá e em algumas cidades européias o Maiden abraçava o auge de sua carreira musical já conquistada desde The Number. Contudo, as entradas tardias do Maiden na América do Sul favoreceram a popularidade da banda a ponto de, em terras tropicais, a banda atingira vários níveis de seus êxito com jovens enlouquecidos e apaixonados. E esse sentimento perdura até hoje, de formas variadas, por parte de milhares de pessoas que ainda lotam seus concertos.
Somewhere in Time também traria uma evolução significativa por parte da qualidade de gravação de um disco. Martin Birch finalmente nivelaria a qualidade dos artistas em suas letras modernas e composições harmoniosas com uma qualidade de áudio fidedigna. Os sintetizadores acompanharam a obra e o primor do tema sobre a relação do homem com o tempo, permitiu uma “evolução” da eletrônica (ou a máquina) contrastando com músicas extremamente humanistas como Wasted Years e Heaven Can Wait.
Somewhere in Time é agradável aos ouvidos do Brasil e faz com que este seja o seu disco mais popular, especialmente entre os headbangers das antigas. Não por acaso, ele é o maior fenômeno de vendas da banda no país.
Para coroar todo aspecto futurista, Bruce Dickinson, que não teve suas letras presentes nesta obra, permitiu avançar em sua capacidade criativa e levou aos palcos uma curiosa e interessante vestimenta cheia de brilhos e luzes. Mas quem brilhava era Adrian Smith em todas as performances como compositor, letrista e voz de apoio. 31 anos se passaram e muita coisa mudou no trabalho dos caras. Mas nos corações brasucas, o tempo é só uma questão subjetiva pois Somewhere in time é atemporal!