Você conhece a canção do Iron Maiden que homenageia o Romantismo Britânico?

Você conhece a canção do Iron Maiden que homenageia o Romantismo Britânico?

Imagine que estás a entrar em uma recepção de casamento, pronto para contemplar aquelas delícias de estar numa festa regada a bebidas e gente bem vestida e quase ao entrar no local, você é surpreendido com um velho senhor que vem te contar uns contos terríveis sobre sua trajetória de vida.

Você fica paralisado com seus olhos brilhantes e ele conta uma história de arrependimento e culpa. Você fica apavorado, ao mesmo tempo fascinado com aquela conversa.

 

Isso nada mais é que uma paráfrase da balada do velho marinheiro, ou “Rime of Ancient Mariner”, que antes de ser uma canção do Iron Maiden, foi um das maiores obras poéticas da Inglaterra, considerada como parte do inicio do Romantismo (Ou Era Romântica da Literatura Britânica) escrito por Samuel Taylor Coleridge em 1798  o poema tem 7 partes e foi escrito em colaboração com William Wordsworth .

 

O personagem principal detém um dos três jovens a caminho de uma festa de casamento e conta a história de sua experiência juvenil no mar – o abate de um albatroz, a morte de seus companheiros marinheiros, o sofrimento e a eventual redenção.

 

Em um navio congelado, perto do Pólo Sul, o marinheiro e sua equipe são visitados por um albatroz, considerado um bom presságio. O navio se descongela e navega para o norte, seguido deste enorme albatroz.

Então, inexplicavelmente, o marinheiro dispara e mata-o, trazendo uma maldição sobre o navio. Depois de uma discussão, seus companheiros de navio o vilipendiam e penduram a carcaça do pássaro ao redor de seu pescoço. A passagem de um navio fantasma define um mau presságio: A morte de todos a bordo, exceto o narrador.

 

Perdido e sozinho, ele se maravilha com uma visão de sua sobrevivência diante do luar, e sua oração de reverência faz com que o albatroz caia no mar. Após o resgate, o marinheiro entende que sua penitência por seu ato destrutivo será vagar pelo mundo contando sua terrível história. O albatroz simboliza seu sentimento de culpa e retaliação.

 

Sobre o albatroz,nosso poeta Castro Alves, declama em o Navio Negreiro:

Albatroz! Albatroz! águia do oceano, 

Tu que dormes das nuvens entre as gazas, 

Sacode as penas, Leviathan do espaço, 

Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.

 

E assim confirma-se o legado de sorte desta ave. Escrito alguns anos após…

 

Aqui está a letra adaptada da banda;e você pode conferir com a letra original do poeta Samuel Taylor, clicando Aqui

 

Para mim a parte mais incrível desta letra está em:

 

Water, water, everywhere, and all the boards did shrink

Water, water, everywhere, not any drop to drink!

 

Água, água, em todos os lugares, e todas as embarcações afundaram

Água, água, em todos os lugares, nenhuma gota para beber!

 

Demonstra claramente o desespero do marinheiro solitário que tinha diante de si não a imensidão do mar, mas a imensidão do vazio de sua própria culpa. Ainda que refletindo literalmente a água em volta. Sua sede com toda certeza era de sentido para continuar, depois de todos os erros cometidos.

 

Não é surpresa que Bruce Dickinson e Steve Harris têm uma especial predileção por história, literatura e dramaturgia britânica, o que não surpreende visto a riqueza cultural obtida pela herança do velho mundo, lotado de grandes histórias que inspiraram o mundo inteiro.

 

The Rime of Ancient Mariner, escrita por Mr. Steve Harris, tem 13:41 minutos e faz parte do álbum “Powerslave” de 1984.

 

Ouça esta música ao vivo no DVD Flight 666, gravada em 14 de março de 2008 nos Estados Unidos

 

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