Após lançar um álbum instrumental chamado “Grumphy Euphoria” (2022), a banda portuguesa Twin Seeds colheu bons frutos, pois a perícia técnica, complexidade e melodia de suas músicas foram imensas. Mais à frente, pessoas que conheceram o trabalho foram surpreendidas com o novo modelo adotado para a formação. Hoje, Diogo Ferreira (guitarras), David De Gruyter (bateria), Rodrigo Teixeira (baixo) e a vocalista Joana Mafalda, dão forma à nova proposta sonora, abandonando o estilo 100% instrumental. Essa fase estreou com o single “Unguided 2.0”, onde o vocalista Martim Pinto (Hórus) entra como convidado. Dessa forma, o quarteto registrou uma canção forjada nas linhas do metal extremo e progressivo.

Com muito peso na condução, o single alterna a voz feminina e aveludada de Mafalda com os guturais irredutíveis de Pinto, gerando um contraste maravilhoso. Não há como negar a boa performance da dupla, pois o dueto que executa é tão harmonioso quanto agressivo. Em outras palavras, a serenidade da moça ao externar a voz arremessa a nós limpidez, por conseguinte, gera um clima bem-vindo de paz. Por outro lado, o tom agressivo e gutural do rapaz se encaixa mais na pegada brutal que a banda toca. Resumindo, são duas técnicas paradoxais a funcionarem com perfeita harmonia.

Passando para a linha instrumental, que originalmente foi a especialidade da banda, constata-se a virtuose habitual nos solos de Diogo Ferreira. No entanto, as bases criadas para o single também foram concebidas por grande criatividade. Em vários momentos, os solos se estendem sobre os riffs ao melhor estilo de Gregor Mackintosh (Paradise Lost) que, aliás, pode ser uma de suas influências. Ferreira, que já esteve em bandas como Monolith Moon e Hórus, também assume papel de compositor na Twin Seeds, embora divida com Pinto a autoria de “Unguided 2.0”. Contudo, é concebível ao guitarrista todo o direcionamento e atmosferas inseridos no grupo.

Não podemos deixar de mencionar o igualmente lindo e crucial trabalho da cozinha. Talvez, uma das combinações mais perfeitas do estilo, pois a garra de Gruyter no domínio da pegada, mais a atenção marcante de Teixeira em assegurar o peso, arredondam a personalidade da música. Para realçar melhor as suas impressões ao ouvir “Unguided 2.0”, no YouTube há uma versão em videoclipe da música. Apesar de isso ser boa opção, sugiro ouvi-la primeiramente por áudio, assim sentirás todas as nuances sonoras correrem em seus ouvidos. Acredite, será uma experiência e tanto com resultado acima da média.

Ouça “Unguided 2.0” pelo Spotify

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