Resenha: Trenches Of Fire – The Last Guardians (2018, single)

Nem só de samba e funk vive o Rio de Janeiro. A cidade maravilhosa, que na década passada foi referência mundial do Black Metal, ainda sobrevive numa cena sem apoio e sem união. E aqui temos um single de uma boa banda de Heavy Metal tradicional que nos agraciou com uma faixa para resenha: A banda atende pelo nome de Trenches Of Fire, formada em 2007 pelo guitarrista Ibiran Santos. Com uma formação completamente refeita, o quarteto está em estúdio gravando seu debut que será lançado em breve, ainda sem título definido e soltou a faixa “The Last Guardians”, que tem uma letra bem interessante. Conta sobre a famosa história dos três pracinhas que, na cidade de Montese, próximo à cidade de Milão, em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, se afastaram do restante do exército Brasileiro e ao encontrarem o exército nazista, simplesmente negaram-se a rendição, sendo impiedosamente massacrados. Porém, ao invés de mandar os guerreiros para a vala comum, os soldados da SS enterraram os bravos pracinhas com honra e escvreveram nos túmulos a seguinte frase: “Drei brasilianische helden” (três heróis brasileiros – em tradução livre). Hoje os restos mortais dos soldados encontram-se no Monumento dos Pracinhas, na cidade do Rio de Janeiro.

Depois desta pequena aula de história, voltemos a parte musical. A banda em seu release afirma ser influenciada por Iron Maiden e Helloween, o que não é mentira. Mas ao apertar o play, de primeira, eu achei se tratar do Viper da fase André Matos no vocal, tamanha a semelhança do som. Aqui encontramos todos os clichês necessários às bandas do estilo: duetos de guitarras, riffs bem elaborados, e, claro, aquele refrão que gruda na sua cabeça. Enquanto escrevo estas linhas, não me sai da cabeça o refrão cantado pelo competente vocalista Polibio Cunha: Last Guardians/last guardians/in the front of fight!

Além das bandas citadas que nos remetem ao escutar esse single, uma outra banda conterrânea vem à memória deste que vos escreve: o Nordheim, que fez sucesso relativo na década passada. Muitas das linhas de guitarra me fizeram lembrar desta banda (que também teve uma letra falando sobre a Segunda Guerra Mundial – outra coincidência).

Em um bate papo informal com o vocalista, eu perguntei em tom de brincadeira se o Trenches Of Fire era uma espécia de Sabaton brasileiro, por abordar letras de cunho bélicos, o que foi de cara rebatido por ele: “Não, nem de longe, nosso som lembra o do Sabaton”. Verdade, Polibio, o som não lembra os suecos, mas o tema não é inédito e foi abordado pelos caras no álbum Heroes, de 2014, na música “Smoking Snakes”, que inclusive tem o refrão em português.

O Trenches of Fire tem em sua formação os já citados Ibiran Santos (guitarra solo) e Polibio Cunha (vocal), Victor Reyes (guitarra) e Tony Lima (baixo). Eles apostaram na “bola de segurança” e se o som não é original, eles não fazem feio, desempenham com muita honestidade. Só faltou a produção dar uma encorpada no som, o que vai acontecer  com toda certeza, mas o que deu pra perceber é que os caras tem futuro, mesmo em uma terra que não dá a mínima para o metal.

Abaixo, você pode dar uma conferida no som da banda.

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