Top 5: melhores álbuns de 2000

2000 surgiu com promessas apocalípticas assustadoras como o fim do mundo, ou ainda o famoso bug do milênio, em que supostamente haveria uma pane em todos os computadores e, claro, a todos os serviços ligados a eles na época. O ano que era bissexto, começou num sábado e ano do dragão no horóscopo chinês não trouxe nada disso. No Brasil, era comemorado os 500 anos do descobrimento, enquanto o Papa pedia perdão pela Inquisição e as Cruzadas. Ou seja, era um ano de mudanças e inspirações tecnológicas que aconteceram sim, nada como o imaginado de antes com carros voadores e/ou teletransporte, mas foi o ano em que surgiu o The Sims e a vida online passava a ganhar mais adeptos.

Um dos principais marcos na música é que o mainstream começava a mudar e vagarosamente se transformar no reino independente da Internet, como conhecemos hoje. O ato de emprestar o álbum para amigos gravarem músicas em fitas sempre existiu, mas nunca prejudicou o sistema. Porém, quando isso começou a ser feito em larga escala mundial, a indústria fonográfica sentiu muito seus efeitos devastadores. Os fãs passaram a adquirir músicas pelo download, ainda que fossem feitos madrugada a fora para não pesar e nem cair a conexão. No dia 13 de abril daquele ano, o Metallica moveu um processo contra o Napster por conta da música “I Disappear”, muito compartilhada no aplicativo. Teoricamente, o Napster apenas criou um meio para facilitar as trocas de músicas, como já era comum com as fitas, já que o programa conectava internautas que então compartilhavam seus arquivos em MP3.

Esse fato mudou a indústria da música e divide opiniões até hoje. E já que as bandas com postura de rebeldia e quebra de paradigmas, que o rock tinha lá no seu início, mudaram claramente seu posicionamento, já era hora de uma nova era nascer. E aí veio o auge do nu metal, mas também o espaço maior para o metal sinfônico, o power metal, ou seja, tudo que fugia do eixo controlado pelas grandes gravadoras, distribuidoras e mídias.

Mas vamos ao TOP 5.

Linkin Park – Hybrid Theory

Um dos principais marcos musicais do ano foi a estreia de Linkin Park. Um debut de peso que chegou a 24 milhões de cópias vendidas no mundo inteiro, 10 milhões somente nos Estados Unidos. A banda era pra ter se chamado Hybrid Theory já deixando claro a proposta de misturar rock, hip-hop e música eletrônica. Eles começaram em 1996 com Mike Shinoda, Brad Delson, Rob Bourdon, Joe Hahn, Dave Farrell e Mark Wakefield nos vocais, mas reza a lenda que alguma coisa não estava funcionando bem. ‎Chester Bennington‎ só entrou depois como indicação do vice-presidente da Zomba Music, Jeff Blue, e claro que o resto da banda (e do mundo) ficou extremamente impressionado com a potência de sua voz.

Tracks: “Papercut”, “One Step Closer”, “With You”, “Points of Authority”, “Crawling”, “Runaway””, “By Myself”, “In The end”, “A Place For My Head”, “Forgotten”, “Cure For The Itch”, “Pushing Me Away”

Krisiun – Conquerors of Armageddon

O terceiro disco do Krisiun colocou a banda do Rio Grande do Sul na lista de grandes nomes do death metal. Lançado em 7 de março de 2000, foi o primeiro trabalho com a Century Media Records. Ele foi gravado no Stage One Studios, na Alemanha, e teve a produção de Erik Rutan (guitarrista de Morbid Angel, Hate Eternal e ex-Holy Moses) e Andy Classen (Rotting Christ, Holy Moses) como engenheiro de som.

Tracks: “Intro/Ravager”, “Abyssal Gates”, “Soul Devourer”, “Messiah’s Abomination”, “Cursed Scrolls”, “Conquerors of Armageddon”, “Hatred Inherit”, “Iron Stakes”, “Endless Madness Descends”

Evanescence – Origin

Considerado uma demo pela cantora Amy Lee, uma cópia desse disco foi vendida por 400 dólares no Ebay. Ele foi lançado em 04 de novembro de 2000 pela Bigwig Enterpresis, no River Market Pavillion, de Little Rock, com cerca de mil pessoas. Gravado no Sound Asleep Studios e Ardent Studios, apenas 2500 cópias foram comercializadas, mas foi o que levou o Evanescence para as rádios e assim, o primeiro passo para o sucesso que veio depois.

Tracks: “Anywhere” (erro de gravação), “Origin”, “Whisper”, “Imaginary”, “My Immortal”, “Where Will You Go”, “Field of Innocence”, “Even in Death”, “Anywhere”, “Lies”, “Away From Me”, “Eternal Listen to the Rain” (B-Side), “Catherine” (B-Side)

Iron Maiden – Brave New World

É complicado fazer uma lista e não citar Iron Maiden. Mas Brave New World realmente representa um marco com a volta de Adrian Smith nas guitarras e Bruce Dickinson nos vocais. Lançado em 29 de maio do ano 2000, o nome do álbum foi inspirado no livro Admirável Mundo Novo. “O retorno ao Maiden acenderia o fogo para um futuro incendiário, e eu sentia prazer no desafio.”, escreveu Bruce em sua biografia. Esse foi o décimo segundo álbum de estúdio, gravado em Paris, no Guillaume Tell Studios.

Tracks: “The Wicker Man”, “Ghost of the Navigator”, “Brave New World”, “Blood Brothers”, “The Mercenary”, “Dream of Mirrors”, “The Fallen Angel”, “The Nomad”, “Out of the Silent Planet”, “The Thin Line Between Love & Hate”

U2 – All That You Can’t Leave Behind

Um dos sons que mais tomaram conta das rádios em 2000 foi com certeza U2. A banda irlandesa voltou ao seu rock clássico depois de muito experimentalismo, ainda que “All That You Can´t Leave Behind” seja simples e siga a linha do politicamente correto. Lançado em 30 de outubro de 2000, o disco foi premiado com Grammy no ano seguinte, inclusive como a melhor perfomance de rock.

Tracks: “Beautiful Day”, “Stuck in a Moment You Can’t Get Out Of”, “Elevation”, “Walk On”, “Kite”, “In a Little While”, “Wild Honey”, “Peace on Earth”, “When I Look at the World”, “New York”, “Grace”, “The Ground Beneath Her Feet”.