Top 5: álbuns que marcaram 1969

O ano de 1969 foi marcante para a história da música. 400 mil jovens acamparam durante três dias em um dos mais importantes festivais da história. Woodstock aconteceu em agosto de 1969 e contou com a presença de Jimi Hendrix, Janis Joplin, Grateful Dead, The Who, Jefferson Airplane, Ravi Shankar, Joe Cocker e Creedence Clearwater Revival. Algumas bandas se recusaram a tocar por não perceberem a grandeza do festival. A verdade é que ninguém na época acreditou que seria o mito em que se transformou. A verdade é que 1969 foi uma época muito rica musicalmente, com a estreia de algumas bandas que marcaram o mundo da música para sempre. O difícil foi mesmo selecionar somente cinco álbuns.

1. Led Zeppelin – Led Zeppelin I

Se a história do rock é um caminho de tijolos de ouro, o Led Zeppelin caiu com tanta força que criou uma bifurcação, deixando seu nome cravado e alterando para sempre a direção. A banda, que passou por 1969 com dois álbuns Led Zeppelin I e Led Zeppelin II, deixou todo mundo atordoado e confuso com sua mistura de blues e rock com uma carga e força ainda não vistas. A formação do Led foi montada meio que às pressas por conta de uma série de shows que Jimmy Page tinha assumido na Escandinávia, do contrato com The Yardbirds. Eles tocaram em setembro de 1968, já com a formação oficial e em janeiro de 1969 lançaram o primeiro álbum, gravado no Olympic Studios de Londres, na Inglaterra. Impossível não fazer reverências à genialidade e ao talento do Led Zeppelin, que já no primeiro disco mudou a história da música. Se o dirigível original da foto de capa do primeiro álbum foi destruído pelo fogo, o mesmo não aconteceu com o zeppelin de chumbo, que utilizou as chamas como combustível. Como todo gênio a frente do seu tempo, a crítica da época não gostou e nem aprovou o trabalho, mas Led Zeppelin mostrou a que veio.

Faixas: “Good Times Bad Times”, “Babe I’m Gonna Leave You”, “You Shook Me”, “Dazed and Confused”, “Your Time is Gonna Come”, “Black Mountain Side”, “Communication Breakdown”, “I Can’t Quit You Baby”, “How Many More Times”.

2. Rolling Stones – Let It Bleed

Os bad boys do rock estavam no auge da sua criatividade com “Let it Bleed”. Depois de alguns lançamentos comerciais, eles resolveram fazer experimentações musicais e, segundo os críticos da época, voltaram a soar como The Rolling Stones. “Let it Bleed” foi também um álbum de transição entre Brian Jones, que chegou a falecer naquele ano, e Mick Taylor, que gravou algumas músicas do disco e depois assumiu o lugar de Jones. Inicialmente ele foi gravado Olympic Studios, em Londres, mas retrabalhado no Sunset Sound e no Elektra Studios, em Los Angeles. Daqui saíram dois hinos que acompanharam a banda pela história: “Gimme Shelter”, retratando o inconsciente coletivo de medo e desamparo da população e “You Can´t Always Get What You Want”, que fala de modo esperançoso até sobre os benefícios da resignação, você não pode ter aquilo que quer, mas descobrir que pode ter aquilo que precisa.

Faixas: “Gimme Shelter”, “Love in Vain”, “Country Honk”, “Live with Me”, “Let It Bleed”, “Midnight Rambler”, “You Got the Silver”, “Monkey Man”, “You Can’t Always Get What You Want”.

3. King Crimson – In The Court Of Crimson King

Outra banda que teve sua estreia em 1969 foi o King Crimson. Sim, ele tem só cinco músicas, mas não se engane, é uma bomba atômica. Considerado como um dos pais do rock progressivo, eles trouxeram alguns elementos que não eram comum para o rock, como a música erudita e o jazz. A formação de estreia não durou muito tempo e teve suas ramificações. Greg Lake, por exemplo, saiu dali para formar o Emerson Lake & Palmer. “In The Court Of Crimson King” é tão futurista que já abre com uma música chamada “21st Century Schizoid Man”, ou o homem esquizoide do século 21, que fala da ganância dos homens, das crianças sangrando, da fome dos poetas e “nada do que ele tem ele realmente precisa”. Apesar de ser considerado como poema, a escolha de palavras e a distribuição lírica vão além de uma simples poesia e se utilizam de rimas de encantamentos mágicos para “21st Century Schizoid Man”, como “pata de gato, garra de ferro”. Talvez para alimentar o contexto demoníaco que a banda deu, já pela escolha do nome que, reza a lenda, é inspirado em Belzebu. Nesse mesmo ano de 1969, King Crimson se apresentou num show organizado pelos Rolling Stones, no Hyde Park.

Faixas: “21st Century Schizoid Man”, “I Talk to the Wind”, “Epitaph”, “Moonchild”, “The Court of the Crimson King”.

4. Yes – Yes

Outra estreia de 1969 na linha do rock progressivo foi com o Yes. Bill Bruford contou certa vez que eles estavam muito crus nesse primeiro álbum, e simplesmente trabalharam na mistura de influências de cada um. “Yes” conta com dois covers: “Every Little Thing” de The Beatles, e “I See You”, do The Byrds, porém ambas com a personalidade do Yes. A crítica da época não aprovou nem desaprovou esse primeiro material, mas deu sinais de que ficaria de olho nos próximos trabalhos. A primeira formação do Yes contou com Jon Anderson, nos vocais, Chris Squire no baixo e vocais, Peter Banks na guitarra e vocal, Tony Kaye no teclado e Bill Bruford na bateria. Bruford disse também que não entendiam muito de produção e como não conheciam nenhum produtor, ficaram a cargo da gravadora que designou Paul Clay. “Clay garantiu que o material fosse gravado com segurança, com algum tipo de imagem estéreo e sem muita distorção. Essa foi a extensão disso. Não me lembro de participar de nenhuma sessão de mixagem.”, disse o baterista.

Faixas: “Beyond & Before”, “I See You”, “Yesterday and Today”, “Looking Around”, “Harold Land”, “Every Little Thing”, “Sweetness”, “Survival”

5. The Beatles – Abbey Road

Difícil falar de top 5 dos anos 60 e não citar The Beatles. E em 26 de setembro eles lançaram o Abbey Road, com a foto icônica de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr atravessando a faixa de pedestre. Outro ponto que marca este disco na história, é que este é a última gravação da banda. Posteriormente eles lançaram outros trabalhos, mas que foram gravados antes desse registro aí. A gravação aconteceu nos estúdios londrinos da Abbey Road, Trident e Olympic Studios e a produção ficou por conta do George Martin, com a Apple Records. Daqui saíram os clássicos como “Here Comes the Sun”, “Come Together” e “Something”, considerada como uma das melhores canções de amor por Frank Sinatra. O Mötley Crüe fez uma música inspirada em “I Want You (She’s So Heavy)”, que faz parte deste álbum. Ringo era avesso a solos, mas fez um em “The End”, junto com uma espécie de batalha na guitarra com Lennon, McCartney e Harrison.

Faixas: “Come Together”, “Something”, “Maxwell’s Silver Hammer”, “Oh Darling”, “Octopus’s Garden”, “I Want You (She’s So Heavy)”, “Here Comes the Sun”, “Because”, “You Never Give Me Your”, “Money”, “Sun King”, “Mean Mr. Mustard”, “Polythene Pam”, She Came In Through Bathroom”, “Window”, “Golden Slumbers”, “Carry That Weight”, “The End”, “Her Majesty”.