1967 foi um marco para a música em muitos sentidos. Muitos álbuns que foram lançados neste ano fizeram história dentro (e fora!) da indústria fonográfica. O Verão do Amor e a busca por romper o sistema era o momento perfeito para experimentalismos e a arte representou muito bem essa cultura na busca pelo novo. Seja pela liberdade da arte ou pela maturidade de alguns artistas naquele momento, 1967 foi marcado por álbuns que inspiraram outras gerações e fazem sucesso até hoje. Uma coisa em comum em todos esses discos é que os artistas utilizaram as influências da época para transcender seu trabalho. Separamos os top 5 de álbuns que marcaram 1967.
1. The Beatles – Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band
Muitas vezes, para nos superar, temos que deixar de lado o que somos. E foi baseado nesse tipo de pensamento que Paul McCartney sugeriu a criação de um alter ego para os Beatles, a tal banda do clube de corações solitários do Sargento Pimenta. A ideia é que poderiam alcançar um maior estado de liberdade criativa e experimentações. Os Beatles também tinham decidido parar de se apresentar ao vivo, e isso contribuiu no sentido de poder criar canções mais complexas, sem a responsabilidade de reproduzir no palco. Se nos dias de hoje algumas bandas tem dificuldades de apresentar o mesmo conteúdo dos álbuns, imagine naquela época sem toda a tecnologia? A questão é que todo o experimentalismo que os Beatles fizeram em “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” repercutiu em diversas bandas e transformou os reis do iê iê iê em artistas com maior maturidade musical. O disco lançado em 1 de junho de 1967, foi o primeiro álbum de rock a receber 4 Grammy’s.
2. Jimi Hendrix – Are You Experienced
Considerado o maior guitarrista de todos os tempos, Jimi Hendrix mudou o mundo da música. Em “Are You Experienced” ele mostrou seu jeito revolucionário de tocar guitarra. Billy Gibbons, do ZZ Top, citou esse álbum como um dos mais marcantes para ele. “Um amigo disse ‘aqui está uma música que você tem que ouvir’. Ele estava falando de ‘Red House’, do Jimi Hendrix, e isso nos virou completamente de cabeça para baixo. Foi o blues levado além.”, disse em entrevista à Rolling Stone.
3. Cream – Disraeli Gears
Um supergrupo com virtuosos do nipe de Eric Clapton, Ginger Baker e Jack Bruce só poderia mesmo estar nesta lista. A mistura de rock psicodélico, que estava em alta no Reino Unido, com o blues americano surgiu um novo som que influenciaria diretamente as próximas bandas. Os músicos estabeleceram um verdadeiro power trio, e o blues mais pesado, a sonoridade mais sombria tornaram “Sunshine of Your Love” um clássico. Ele não tem a psicodelia otimista dos Beatles, e nem o blues intenso e triste de Hendrix, apesar de misturar os dois elementos, é outra coisa.
4. Pink Floyd – The Piper at the Gates of Dawn
Falando em psicodelia, não podia estar de fora este álbum que marca a estreia do Pink Floyd. Na época, ele era formado por Syd Barrett (guitarra), Roger Waters (baixo), Nick Mason (bateria) e Richard Wright (teclados). Lançado dia 05 de agosto de 1967, “The Piper at the Gates of Dawn” é uma viagem em todos os sentidos. No literal, porque tem temas como “Astronomy Domine” e “Interstellar Overdrive”. Vale lembrar aqui que o homem só foi pisar oficialmente na Lua em 1969, então era um assunto em voga para a época, mas não tinha se concretizado ainda. No sentido figurado porque, bem, é Pink Floyd, e sob o comando criativo de Syd, as músicas eram bem estranhas para o que se ouvia por aí. A banda levou ao extremo o conceito de experimentação e psicodelismo.
5. The Velvet Underground & Nico – “The Velvet Underground & Nico”
The Velvet Underground vai numa linha diferente de experimentalismo e influências artísticas da época. Isso porque um dos padrinhos da banda é ninguém menos que Andy Wharol, o pai da pop art. A banda era formada por Lou Reed, o multi-instrumentista John Cale, a baterista Maureen Tucker (inspiração pra Meg White), o guitarrista Sterling Morrison e a cantora alemã Nico. Ele não tem o lirismo de Pink Floyd, nem o otimismo dos Beatles, nem o peso das guitarras de Hendrix e muito menos o sombrio de Cream. O que marca The Velvet Underground é o realismo do submundo presente nas letras, que falam de drogas, sadomasoquismo e morte, e na sonoridade que, ainda que muito bem trabalhada e com elementos de blues, tem um quê de cru.