Atualmente, alguns nomes do baixo como Flea (Red Hot Chili Peppers) e Les Claypool (Primus) são considerados gênios do instrumento. Não sei se ainda é cedo para afirmar isso, mas Renato Anesi do Tidal Water pode entrar facilmente nessa corrente. Duvida? Não vou longe, basta você dar uma conferida básica no último single da banda, “Imperfection”. Além de baixista, Renato ainda grava as guitarras, que também não fica atrás no talento. O powertrio completado por Markus Matland (teclados) e Jim Lehner (bateria) está para lançar o álbum “Polarity” que, a exemplo desta música, pode significar um grande marco para a cultura da música.
Residente em Oslo (NOR), o Tidal Water absorve estilos de várias vertentes. Devido o seu destaque maior ser o groove, as influências da banda partem do jazz, soul, blues e até do punk. Para isso, podemos conferir nos vocais certa rispidez em suas linhas,embora o baixo desempenhe um papel de perfeita execução harmônica. Contudo, “Imperfection”, a começar pelo nome, não é uma canção para massagear ouvidos, nem almas. Mas por vezes, causa arrepios, dada a crueza, explosão e domínio de técnica. Sim, aqui é uma música complexa para você ouvir enquanto convive com o seu ódio ou, na pior das hipóteses, enquanto trama a sua vingança pessoal.
Intensões inúteis à parte, ou seja, brincadeiras à parte, a música composta e produzida por Martin Hovden, que está sendo distribuída pelo selo Prorigg, é do tipo que instiga, não apenas pelas linhas de baixo e vocais agressivos, mas também pela perfeição musical das palhetadas de guitarra e suporte dos teclados. Tudo aqui combina perfeito pra uma boa fluidez sonora. Observe também o andamento puxado por uma bateria totalmente grooveada. Dessa forma, a dupla de sessão rítmica – baixo e bateria – consegue se comunicar como bons e velhos amigos na marcação.
“Imperfection” já inicia com as primeiras notas do instrumento grave à mostra, em seguida, o vocal e os primeiros licks de guitarra invadem a canção para então tudo se deslanchar. Durante a execução há vários momentos explosivos, seja pela performance do baixo ou pelo clima punk da música, que já instiga por naturalidade. O que deve ser dito a mais sobre este single e outras obras do Tidal Water, é que a banda meio que criou o próprio estilo. Por aí, ouvimos muitas aglutinações de folk com hard rock, heavy metal com rock progressivo, mas jazz com punk é uma peculiaridade destes caras. Vale muito!
Ouça “Imperfection” pelo Spotify.
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