Algumas pessoas não precisam fazer músicas complexas para parecerem boas. Nomes como Ramones, Motörhead e AC/DC já nos provaram isso há décadas. Felizmente, o que esses baluartes ensinaram foi transmitido através de gerações e, hoje, temos várias bandas alcançando reconhecimento por seguirem essa linha. Algumas músicas mais atuais podem até não se inserirem no contexto do heavy metal, como o novo single do The7thGatekeeper, “Amulet”, no entanto a receita é a mesma. Trata-se de uma canção simples, crua e bastante autêntica. Aqui a visceralidade fala alto, assim como a atitude, mas não espere algo virtuoso e, sim, um trem seguindo o seu trajeto sem pausa.
Esta canção, cujo baixo parece esfolar o ar com notas grotescas e violentas, foi inspirada por um dos contos do igualmente britânico Thomas Morris. Seu clima sem recursos da grande tecnologia foi pensado para você receber pelos ouvidos, processar pelo cérebro e agitar com satisfação. Cada nota que gera os três acordes da música segue uma nuance tão fina que a melodia conquista com facilidade nossos corações. Mas não é só a parte tocada que nos satisfaz, a seção dos vocais também segue uma linha simplista que acaba se misturando com o riff principal e tomando de assalto a empolgação.
The7thGatekeeper, que já lançou aproximadamente uma dezena de singles incluindo este “Amulet”, também já soltou dois álbuns referindo-me ao “Breakdowns or Breakthroughs” (2024) e “No One Was Saved” (2025), ambos mergulhados na química do metal. O que alguns não sabem é que o artista compõe, toca, grava, faz os arranjos e até mixa as próprias músicas, no entanto, Romesh Dodangoda recebe créditos para remasterização. De todo caso, podemos ver na figura de The7thGatekeeper um homem multifacetado por dirigir e executar sozinho as suas ideias. Podemos dizer também que “Amulet”, embora simplista, foi um desafio para o músico que conforme suas obras anteriores sempre se preocupou com bons riffs e solos.
Com “Amulet”, The7thGatekeeper pode arregimentar um outro nicho distinto ao que habitualmente o projeto se insere, porém sem perder a sua taxa de fãs e seguidores. Compor músicas com o seu grau de complexidade ou criar músicas com o mínimo de recursos possíveis já é uma realidade no trabalho deste artista. Esperamos que ele alcance o máximo possível de pessoas que consumam e amem de fato músicas sem alegorias e kilos de plugins, pois esse nicho está crescendo muito entre os amantes da verdadeira sonoridade.
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