Ninguém pode acusar The Tangent de soar previsível. Pelo contrário, a banda progressiva talentosa de Andy Tillison parece atrair e manter sua base de fãs focando no inesperado e no imprevisível, sempre evocando uma musicalidade magnífica. Um compositor prolífico, as criações recentes de Tillison soaram verdadeiras ao questionamentos relevantes (muitas vezes sócio-políticos) e narrativas pessoais muito vívidas. Embora o décimo primeiro álbum de estúdio do The Tangent, ‘Auto Reconnaissance’ não seja uma ruptura com o aplaudido ‘Proxy’ de 2018, ele apresenta uma variação estilística. É mais experimental, mais analítico, mais irônico e certamente mais dependente de suas letras muito diretas.
‘Auto Reconnaissance’ presumivelmente se refere a um estado de auto-reflexão ou introspecção, mas independente do conceito, uma coisa permanece constante: o brilho instrumental da formação da banda. The Tangent já há algum tempo apresenta alguns dos melhores intérpretes da cena progressiva: o baixista mestre Jonas Reingold (Karmakanic / Steve Hackett), o guitarrista virtuoso Luke Machin (Maschine, Francis Dunnery It Bites) e o rei dos saxofonistas prog, Theo Travis (Steven Wilson / Soft Machine), são habilmente apoiados por Steve Roberts (ex-Magenta), agora firmemente estabelecido como o baterista da banda.
Esta é a primeira vez que a formação do Tangent se mantém constante por dois álbuns consecutivos. A sonoridade progressiva passeia por preâmbulos dos mais radicais (para ouvidos não iniciados), como na épica ‘Lie Back and Think of England’, com seus 28 minutos! Mas a premissa é surpreender o público PROG em pleno 2020, prometendo um álbum amplamente eclético, experimental, desafiador e exigente. Abaixo “Auto Reconnaissance”, do The Tangent, disponibilizado na íntegra: