Incrível como algumas bandas conseguem soar originais mesmo não apostando em um som original. Expliquemos. Há grupos que investem numa fórmula já criada, trazem semelhanças com outros, se inserem em um movimento, mas devido á forte identidade conseguem soar muito característicos. Logo, isso é uma assinatura, o que há de mais importante para um grupo musical.
É o caso do The Middle Men, que se fôssemos encaixar seu som em algum estilo, seria o indie rock. Mas sua sonoridade é mais abrangente do que se imagina e o contexto pop fala bem algo por aqui. Sem contar que, apesar de nos remeter aos áureos tempos do indie nos anos 2000, a banda carrega muito do power-pop e pop rock clássico. Isso mesmo, lá dos anos 60 e 70.
E não para por aí. Durante a audição dos pouco mais de 33 minutos das dez faixas, notamos que a banda não fecha o seu leque, pelo contrário, ele é bem grande e nos revela gratas surpresas. Tudo com uma boa produção sonora, orgânica (o que está cada vez mais escasso) e com timbres muito bem escolhidos.
“Electric Sunset”, a composição que abre o disco, nos traz um clima War on Drugs de imediato com sua introdução psicodélica. Mas, a primeira surpresa já vem com as linhas vocais do verso, que descendem imediatamente do R&B, caindo para a veia indie pop apenas no refrão.
A enérgica “Sit Tight” e seu clima de surf music com pop punk é o outro destaque. Com guitarras distorcidas ao fundo, um piano muito bem detalhado e um ritmo alegre, a música chama atenção pelo seu refrão e melodia fáceis.
O indie-pop dá as caras novamente com “Feeling Sweet v2”, uma composição cheia de groove, onde a banda mais uma vez surpreende com elementos do funk tradicional e um contexto comercial mais abrangente. Além de tudo, a música traz leves toques de lounge.
E, o último destaque fica por conta de “Freedom Song”, aquela típica música british pop (mas a banda é norte-americana, só pra lembrar), com piano e guitarras se entrelaçando, tem uma veia dramática em seus versos e um refrão emocionante. Fãs de Snow Patrol e Coldplay irão agradecer.
Por fim, este disco chamado “Birthday Party”, é simplesmente uma obra-prima do cenário pop, mas com um tom rock que só o The Middle Man sabe destilar. E fica uma dica, ouça mais de uma vez e entenderá que estes destaques do texto são meros detalhes.
