Wayne Coyne e companhia, são os grandes representantes do rock psicodélico, os substitutos da genialidade lisérgica de SYD BARRET (nas devidas proporções, é claro!) no planeta, e dotados de uma capacidade de produção incomensurável. Nos deparamos frequentemente com alguma novidade, o fazer artístico dos The Flaming Lips é incansável! Nem deu para degustarmos com toda a calma do mundo as belas canções carregadas de “singelidade etérea”, de “King”s Mouth” (2019).
O anúncio do lançamento de “American Head”, se deu em março através do guitarrista Steven Drozd, e até o lançamento nesse sugestivo 11 de Setembro, SETE singles com videoclipe já haviam sido apresentados: “Flowers of Netune 6”, “My Religion is You”, “Dinosaurs On The Mountain”, “You n Me Sellin’ Weed”, “Will You Return / When You Come Down”, “Mother Please Don’t Be Sad”, “God and the Policeman” (participação de Kacey Musgraves). É o décimo sexto disco da banda na sua linha “oficial” de álbuns cheios, sem contar outros projetos, colaborações e formatos. Wayne Coyne publicou um texto discorrendo sobre o novo conceito:
“The Flaming Lips é uma banda de Oklahoma. Nós nunca nos enxergamos como uma banda AMERICANA. Eu sei que crescendo em Oklahoma (quando tinha tipo 6 ou 7 anos de idade) eu nunca fui influenciado ou tive conhecimento de músicos de Oklahoma. O que a gente mais ouvia era Beatles e a minha mãe amava Tom Jones (isso aconteceu nos Anos 60)… não foi até completar 10 ou 11 anos de idade que meus irmãos mais velhos conheceram alguns dos músicos locais.”
“Então… pela maior parte da nossa vida musical (com os Flaming Lips começando em 1983) nós meio que nos enxergamos como vindos da ‘Terra’… sem se importar de ONDE viemos. Então pela primeira vez na nossa vida musical começamos a nos enxergar como uma ‘BANDA AMERICANA’… dizendo para nós mesmos que essa seria a nossa identidade para a próxima aventura criativa. Havíamos nos tornado um grupo de 7 músicos e estávamos começando a nos sentir mais e mais conectados com grupos que têm vários integrantes. Começamos a pensar em bandas Americanas clássicas como The Grateful Dead e Parliament-Funkadelic e como talvez pudéssemos abraçar essa nova vibe.”
“A música e as canções que fazem parte do disco American Head são baseadas em um sentimento. Um sentimento que, eu acho, só pode ser expressado através de músicas e canções. Nós estávamos, durante o processo de criação, tentando NÃO ouvi-lo como sons… mas senti-lo. O sacrifício da Mãe, a intensidade do Pai, a insanidade do Irmão, a rebeldia da Irmã… eu não consigo transformar em palavras. Algo muda e outros (seus irmãos e irmãs e mãe e pai… seus bichinhos de estimação) começam a se tornar mais importantes pra você… no começo há só você… e os seus desejos são tudo para o que você dá valor…mas…algo muda.. Eu acho que essas canções são todas sobre essa pequena mudança.”
Abaixo, “American Head” do The Flaming Lips, disponibilizado na íntegra: