The Beat | Baby And The Beats lança single desenhado para fazer o ouvinte se sentir vivo

O que de imediato salta aos ouvidos é a construção de uma sonoridade sintética de postura curiosamente pipocante em meio ao cenário em desenvolvimento. Mais intrigante ainda é perceber que ela, em sua máxima forma, não é capaz de fazer o ouvinte inferir qualquer sentimentalismo, seja ele raiva, angústia, ódio, amor ou sensualidade. E é justamente isso o que mexe com o espectador: essa incerteza. O não saber sobre o que se pode esperar.

No entanto, não demora muito para que a paisagem se transforme e receba um sonar uníssono e pulsante entre guitarra, bateria e baixo. Favorecendo a elucidação de um universo levemente sombrio, esse instrumental acaba embriagando o ouvinte com um caráter soturno pungente e sabores azedos capazes de amorfinar todos aqueles que, com ele, entrarem em contato.

Conforme a composição se permite avançar, o escopo lírico, invariavelmente, acaba se anunciando como uma espécie de etapa obrigatória para o seu desenvolvimento. É justamente nesse instante em que o espectador tem contato com duas vozes de diferentes. Uma mais azeda, masculina, de posse de Patrick Lariviere. E outra, feminina, gutural em meio à sua base levemente aveludada, na posse de Cassandra Crapanzano. Apesar de diferentes no que se refere ao tom, elas se combinam de forma a criar uma harmonia vocal complementar a ponto de surtir em rompantes subitamente espirituosos.

Esse detalhe chega a ser curioso, uma vez que o recorte instrumental, agora sob moldes lineares, explora um embrionário caos e um ambiente um tanto trevoso. Ainda assim, é inegável que exista, na comunicação entre Cassandra e Lariviere, uma busca por redenção e superação, o que acaba tornando o escopo lírico, principalmente, em algo mais humano.

Estruturalmente soturna e áspera, a canção se configura como um produto que consegue combinar o torpor com a presença de uma melancolia encrustada em cada parede de seu cenário imagético. Ainda assim, especialmente durante o refrão, o ouvinte se depara com uma estrutura lírica que, apesar de soar um tanto introspectiva, traz consigo uma espécie de chamado para a ação. Um estímulo que motiva o espectador a se lançar na vida.

Graças à interpretação de Cassandra, tem momentos em que a faixa soa não necessariamente como uma prece, mas uma espécie de missa em prol de algo maior. Uma veneração pelo desconhecido. Não é difícil, portanto, que, diante de um cenário como esse, não sejam percebidas incursões de gratidão. Tudo isso contribui para que The Beat seja uma composição em que o Baby And The Beats foca nos diversos ritmos da natureza e da biologia. A partir daí, se entende que a composição tem a intenção de fazer com que o ouvinte se sinta, simplesmente, vivo.

Mais informações:

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