Algumas bandas fazem questão de salvar a geração atual do lamaçal pútrido que a música mundial está afogada. Uma dessas salvadoras é a Tal Rasha, que faz a sua estreia com o EP de mesmo nome todo focado no clima setentista. Isso é lindo, pois prova que a essência do verdadeiro rock’n’roll ainda habita por aqui. O trabalho dessa galera de Paris (FRA) possui cinco músicas e o que podemos extrair dessa audição é um pouco de Rush, Led Zeppelin e talvez um Budgie. A primeira canção “Gypsy Eyes Take Me There”, de cara, nos traz essas referências e nos deixam felizes.
As ideias do quarteto são tantas que uma música normal de três minutos não é o bastante para comportá-las. Em média, as faixas aqui duram entre quatro e seis minutos, com exceção da última. Mesmo assim, Baptiste Gautier-Lorenzo, Ben Geiser, Joshua Cook e Marty Zissel não deixam o EP soar cansativo, pois as variações rítmicas seguem linhas de acordes bastante diversificadas. Aqui, cabe um destaque especial à cozinha de músicas como “Cactus Honey”. Isso se deve à incrível sintonia existente entre o baixo e bateria que trabalham apaixonadamente. Em seguida, devemos notar a perfeita confluência do belo solo.
De forma excelente, o repertório segue com “All (For You)”, uma das músicas onde a guitarra emite acordes que parecem bailar pelas cordas. Hoje em dia é muito bom saber que, depois do saudoso Dimebag Darrell, ainda existe gente que consegue construir bons grooves. Ok! Eu sei que Pantera foi uma banda que não tem a ver com o som do Tal Rasha, mas saiba que o groove não escolhe estilo. Esta terceira música do EP, por conseguinte, já entrou para minha lista de canções admiráveis e não é só por causa dos riffs da guitarra. Dê uma sacada no solo e verá que também é espetacular!
Na sequência, o quarteto apresenta “Asherah” e, aqui, como não poderia faltar a nenhuma banda de hard rock ou classic rock, trata-se de uma balada. Devo confessar que prefiro as músicas mais pesadas, mas para quem gosta de canções mais melódicas esta segue fora da curva com linhas envolventes e açucaradas. Ela também possui maior duração no repertório da banda, enquanto que “Arc of Change” escrita inteiramente por Marty Zissel, é a menor. Muito inteligente da parte da banda finalizar com essa instrumental. Isso mostra mais qualidades do guitarrista e do grupo como todo.
Ouça “Tal Rasha” pelo Spotify:
https://talrashaband.bandcamp.com/album/tal-rasha
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