Hoje é dia de Tá Na Letra! No Tá Na Letra você fica por dentro de interpretações sobre o significado das músicas. Claro que interpretações distintas são válidas, afinal, a arte não possui verdade absoluta e cada um entende a mensagem de uma forma. Aqui nesta série tentamos colocar apenas mais uma possível compreensão da música. A música de hoje é Vamos ao Trabalho da banda Titãs.
Titãs é uma banda de Rock and Roll formada em São Paulo – SP em 1982. Embora nos primórdios fossem chamados de Titãs do Iê Iê Iê e tocassem um estilo de música bem diferente, com o passar do tempo a banda mostrou sua verdadeira música com letras intensas e um conteúdo bem interessante. Talvez o destaque seja o álbum Cabeça Dinossauro, lançado em 1986.
Porém a música que analisaremos hoje se chama Vamos ao Trabalho. Ela é a faixa de abertura do álbum A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana, lançado em 2002. Vamos à letra:
Vamos ao Trabalho
Vamos ao trabalho!
Vamos ao trabalho!
E só há uma maneira de fazê-lo
Direito, bem feito
Senão é melhor nem começar
Vamos pra balada!
Vamos pra balada! (hahaha)
Mas se não for pra detonar
Botar a casa a baixo!
Então, é melhor nem me chamar
Esta é uma faixa bem curta, que conta com apenas 2 estrofes que se repetem ao longo da música. Porém, mesmo sendo desta forma, ela possui um conteúdo bem interessante, que pode passar despercebido para quem não se importa em prestar muita atenção. A música apresenta uma pegada bem agitada, bem rock and roll: ela é direta e mostra a que veio sem pestanejar!
A música começa com um convite ao trabalho, um convite ao ato de trabalhar. Mas ele não é apresentado de qualquer forma e não pode ser feito de qualquer jeito, há uma forma específica de fazê-lo: direito e bem feito. Caso contrário, é melhor nem começar. O que parece ser simples torna-se um pouco mais complexo quando aquilo que o brasileiro mais reclama (aquela segunda-feira onde tem que começar a semana trabalhando duro) é apresentada de uma forma diferente: você é convidado a fazer seu trabalho e deve fazê-lo direito e bem feito, senão é melhor nem começar. Aqui é aquela injeção de ânimo, uma vez que é o trabalho que faz a pessoa se sustentar e viver, seja ele qual for.
A segunda estrofe apresenta a diversão: o convite agora é para ir para a balada. Aqui a animação do convite é a mesma de ir trabalhar e, assim como no convite anterior, tem também uma condição: o eu lírico diz que só vai participar se for para “detonar e botar a casa a baixo”, caso contrário ele prefere nem ser chamado.
O que tinha tudo para ser apenas uma música de introdução ganha alma quando percebemos que o mesmo empenho colocado na diversão deve ser colocado também no trabalho, pois é dele que vem o sustento do ser humano. Reclamar? Não! A música convida a fazê-lo direito e bem feito. O convite se estende para a diversão e, agora, o ânimo tem que se manter lá em cima, aproveitando ao máximo o momento de lazer.
A reflexão que a música deixa é “Viva intensamente”, seja onde for. Em tudo o que for fazer, seja lazer, seja trabalho, dê o máximo de si. Talvez seja este o segredo de uma vida mais feliz: ser intenso e dar o melhor de si sem reclamar, pois só assim encontrará forças para vencer os desafios do cotidiano.