Amaldiçoo a mim mesmo por não ter me deparado com esse projeto há mais tempo, pois o SoulDaemon existe desde 2019 na Itália, mas só agora chegou a mim sua notícia. Embora o trabalho tenha começado com guitarra, baixo, bateria e vocais, hoje o negócio está mais atmosférico e concentrado nas mãos de Mark SoulDaemon, que sempre foi o mentor da banda. Com o auxílio de ‘Oph Serpent’ na bateria e Raffaele Benvegnù (Alzhagoth) nos teclados, acaba de ser lançado o single “Remembrance of my Soul”. Com orientação para o baixo, a música é instrumental e potencialmente melódica, além de melancólica.
Mesmo o projeto evidenciando a performance do baixo em “Remembrance of my Soul”, os climas extraídos das teclas de Benvegnù e o andamento simétrico da bateria de Serpent, representam muita qualidade. SoulDaemon, que no princípio já ostentava uma cozinha volumosa, agora com nova reestruturação amplia o valor sonoro. A ausência de uma guitarra distorcida como nos primeiros singles, pode até ser sentida, entretanto, se você observar por uma ótica mais aprofundada perceberá que a banda de “Evil Tree” (2019) nem mesmo segue o estilo de agora. Portanto, devemos guardar o que antes fora death metal tradicional.
Os conceitos de hoje – pelo menos nesse single – está mais para um black metal pagão do que para metal extremo com riffs rasgados e pesados. De maneira peculiar, “Remembrance of my Soul” também possui peso, mas dentro de suas diretrizes, o peso aqui é mais soturno, denso e espesso. Quando você vê que nomes como Tiamat, Paradise Lost, Samael e Therion percorreram caminhos idênticos, o entendimento ficará mais claro. SoulDaemon alcançou esse essa maturidade sem ao menos estar inserido em uma gravadora major nem disposição de um produtor como Jens Bogren. Ou seja, tudo é independente.
“Remembrance of my Soul” é de fácil digestão, pois suas harmonias são intrinsecamente mergulhadas em um mar de ondas calmas. A criação da melodia derivada desse mergulho, desacelera a ansiedade e propõe esquecimento de qualquer coisa que possa nos estressar. Ao firmar a concentração nas linhas de baixo, encontramos ali um excelente condutor relaxante. Isso tudo ampliado pela atmosfera esfumaçada, que é gerada pelos arranjos competentes de Raffaele. De maneira idêntica, a cadência pulsante dentro da leveza, faz o trabalho de Oph se destacar em seu setor. Aqui, sem a menor dúvida, é uma das melhores execuções épicas de 2025.
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