Em 31 de maio de 1999, o SODOM lançava o seu oitavo álbum: e “Code Red” marca um retorno da banda ao Thrash Metal que a consagrou. Os caras vinham de uma fase mais Crossover, que desagradou os fãs mais identificados com o Thrash Metal old-school. Eles perceberam isso e resolveram voltar às raízes.
Para isso, a banda chamou mais uma vez o produtor Harris Johns, que teve a própria banda atuando na co-produção. Todos foram para o “Spiderhouse Studio”, na cidade de Lütte e também no “Real Sound Studio”, em Gelsenkirchen, Alemanha, em sessões que duraram todo o mês de fevereiro de 1999. O resultado? É o que vamos destrinchar a partir do próximo parágrafo.
A bolacha abre com uma intro bem medonha, na logo o que a gente espera chega e é a faixa título quem dá as caras mostrando que o SODOM não está para brincadeira. Com riffs nervosos e muita brutalidade, a faixa não deixa o pescoço do ouvinte parar. Essa foi a primeira música do trio que eu escutei e não tinha como não virar fã após essa trilha sonora do caos.
“What Hell Can Create” é ainda mais violenta do que a faixa anterior. Não dá pra ficar parado escutando essa quebradeira. Ainda mais com esse solo à velocidade da luz, enquanto que “Tombstone” começa bem grooveada, o que significa uma pequena pausa depois de duas pauladas. Mas o peso não é abandonado aqui. E bons riffs são como rolo compressor.
“Liquidation” traz de volta a pancadaria e os riffs intrincados do Thrash Metal praticado pelos alemães, com direito a mudança brusca no andamento, ainda que breve, já “Spiritual Demise” é pesada, densa e mais arrastada em boa parte de sua extensão, com breves inserções de partes rápidas, para gerar aquele moshpit bem violento.
“Warlike Conspiracy” tem belos riffs e mesmo cadenciada, é outra que se destaca neste belo play, e “Cowardice” e seus riffs ainda mais arrastados e um peso brutal é simplesmente maravilhosa, ficando ainda mais maravilhosa quando fica um pouco mais veloz, depois voltando a soar quase que Doom Metal.
Em “The Vice of Killing“, temos de volta o Thrash Metal visceral. É a consagração do SODOM e seus riffs sensacionais praticados por aqui. “Visual Buggery” chega com seus riffs que se repetem de forma cavalgada que grudam em nossas mentes. Outra belíssima canção.
A trinca final, que se inicia com “Book Burning“, temos a volta da quebradeira Old-School em uma música brutal e agressiva, com variações entre partes rápidas e muito rápidas; “The Wolf & the Lamb” começa com uma bateria pra lá de grooveada na intro e o Groove segue ditando o ritmo nesta música que ajuda a manter o nível do play acima da estratosfera. E o último ato, com “Addicted to Abstinence” é o SODOM soando como punk, só que com mais peso e mais técnica, fechando bem este álbum que não tem uma música ruim.
Em 40 minutos e impressionantes 13 faixas temos um SODOM soando devastador, trazendo de volta aqueles fãs que estavam descontentes com o rumo da banda e angariando novos fãs, dentre eles, este redator que vos escreve: eu conheci a banda em uma das coletâneas da extinta revista “Planet Metal”, lá no final dos anos 1990 e foi através da faixa “Code Red” que eu me interessei e procurei pelo material da banda.
Desejamos uma longa vida ao SODOM. Não se esqueça de seguir as orientações da OMS e fique em casa, de preferência lendo os textos que nós da ROADIE METAL, A VOZ DO ROCK prepara com tanta dedicação e afinco para você. E com este play como sugestão para banguear e perturbar aquele seu vizinho evangélico ou o outro que coloca funk e sertanejo universitário no volume alto, acabando com nossa paz. É sua chance de se vingar.
Code Red – Sodom
Data de lançamento: 31/05/1999
Gravadora: Drakkar Records
Tracklisting:
01 – Intro
02 – Code Red
03 – What Hell Can Create
04 – Tombstone
05 – Liquidation
06 – Spiritual Demise
07 – Warlike Conspiracy
08 – Cowardice
09 – The Vice of Killing
10 – Visual Bugery
11 – Book Burning
12 – The Wolf and the Lamb
13 – Addicted to Abstinence
Lineup:
Tom Angelripper – Baixo/Vocal
Barnemann – Guitarra
Konrad “Bobby” Schottkowski – Bateria
