Slayer: God Hates Us All completa 17 anos hoje

Em 11 de setembro de 2001, ataques terroristas arquitetados pela Al-Qaeda foram colocados em prática e provocaram estragos nos EUA. Na mesma data, coincidentemente, um lançamento também provocaria “estragos” na música pesada. No caso aqui, o estrago foi para o bem. Era dia de lançamento do oitavo álbum do SLAYER, ‘God Hates Us All‘.

Era um desafio para a banda voltar a fazer um bom álbum, que remetesse a banda aos tempos áureos de sua tríade ‘Reign In Blood‘, ‘South Of Heaven‘ e ‘Seasons In The Abyss‘. Ainda mais pelo fato de que ‘Diablos In Musica‘ tenha sido o ponto fraco da carreira da banda e ‘Undisputed Attitude’, ainda que um grande álbum (foi um dos primeiros da banda a ser ouvido pelo redator que vos escreve), trata-se de um álbum de cover de bandas punks. O SLAYER precisava dar a resposta que o público esperava.

Produzido por Matt Hyde e lançado pela American Recordings, o álbum em seus pouco mais de 49 minutos traz o SLAYER de volta aos trilhos.

A abertura com a intro ‘Darkness Of Christ‘ dá aquela sensação de desespero, perfeita para a pancadaria sonora das próximas três faixas: ‘Disciple‘, ‘God Send Death‘ e ‘New Faith ‘, que trazem um SLAYER raivoso, porém, já com influências modernas, o que pode não agradar um fã old school, porém, são grandes faixas.

Cast Down‘ se mostra a música mais abaixo do nível das demais, parecendo composição do álbum anterior, mas ‘Threshold‘ com um toque de groove e ‘Exile‘ devolvem ao álbum o bom nível que a ele foi concebido.

Três faixas com um andamento mais “calmo” em termos de SLAYER: ‘Seven Faces‘, ‘Bloodline‘ (esta uma das melhores do disco) e ‘Deviance‘ parecem preparar o ouvinte para a pancadaria sonora que chegará depois: ‘War Zone‘. Essa é direta e sem enrolação: Parece sobra do ‘Reign In Blood‘ versão século XXI.

Em ‘Here Comes The Pain‘, temos aqui a banda em seu momento talvez mais moderno em termos sonoros. Uma boa música.

O disco fecha com chave de ouro, com a melhor composição da banda nos anos 2000: ‘Payback’. Música raivosa, rápida. Claro que eles jamais farão uma música mais rápida do que a clássica ‘Dittohead‘, presente em ‘Divine Intervention‘, mas esta aqui chega bem perto.

As letras, escritas em sua maioria por Kerry King, tratam de temas como religião, assassinato, vingança e auto-controle. O álbum foi bem recebido pela crítica e público, chegando a alcançar um bom desempenho em países como Alemanha e Canadá (9º lugar nas paradas), Itália (11º), Finlândia (12º) e nos EUA (28º na Billboard 200).

Foi o último álbum gravado pelo baterista Paul Bostaph, que daria lugar depois ao lendário Dave Lombardo, mas que voltaria mais tarde para fazer a turnê de despedida da banda.

Enfim, um bom disco que trouxe o SLAYER de volta às suas origens, mesmo que com toques de modernismo em seu som, afinal de contas, evoluir faz parte da nossa missão enquanto seres humanos. E um disco raivoso, lançado no mesmo dia em que um ataque de fúria em nome de “religiosos” aterrorizaram o mundo matando centenas de inocentes, e sob o título de “Deus Odeia a todos nós”, foi uma tacada de mestre, mesmo que a banda de Tom Araya e cia. não fizesse a menor ideia de que o lançamento da obra se daria neste dia de caos.

Track List:

  1. Darkness of Christ
  2. Disciple
  3. God Send Death
  4. New Faith
  5. Cast Down
  6. Threshold
  7. Exile
  8. Seven Faces
  9. Bloodline
  10. Deviance
  11. War Zone
  12. Here Comes The Pain
  13. Payback

Formação:

Tom Araya – Baixo/ Vocal

Kerry King – Guitarra

Jeff Hanneman – Guitarra

Paul Bostaph – Bateria

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