O Skid Row iniciou a década de 90 como um gigante no hard rock mundial, pois o seu álbum de estreia, autointitulado de 1989, estourou nas paradas, com canções como “Youth Gone Wild”, “18 And Life” e “I Remember You”, inclusive alcançando o status de clássicos do estilo. E em 1991, o quinteto norte-americano liderado por Sebastian Bach volta a chamar a atenção com Slave To The Grind.
Mas diferente do antecessor, que tinha como ponto forte o glam rock oitentista já tão explorado por bandas similares, como o Guns N’ Roses, a banda ousou e centrou suas forças no heavy metal, resultando em um álbum que mantém a essência do hard rock, mas com mais riffs pesados, bateria acelerada, e performance vocal mais agressiva de Bach.

Um bom exemplo dessa pegada metal está na própria faixa-tíulo, um praticamente speed metal que com certeza surpreendeu aos fãs em sua época de lançamento, ou então quem tem contato após o álbum de estreia. E o grande hit do álbum, “Monkey Business”, mantém a fórmula glam, mas é de se nota uma dose extra dos pesos de riffs e cozinha da banda. Assim como “The Threat”, com direito a um belo solo na guitarra.
“Livin’ on a Chain Gang”, e “Riot Act” são músicas bem diretas e sendo que nesta última a influência punk está presente, dando um toque interessante ao álbum.
Outro ponto notável do álbum é que as baladas “Quicksand Jesus“, “In a Darkened Room” e, a minha favorita, “Wasted Time”, apresentam personalidade própria, indo na contramão das baladinhas melosas famosas no hard rock. Elas são fortes e fantásticas.
Além da musicalidade, o Skid Row investiu em letras mais complexas em seu segundo álbum, abordando críticas ao modo de vida moderno, autoridades, políticos, drogas, organizações religiosas entre outros tópicos.

Curiosidades
Sobre a capa, uma curiosidade é que a pintura foi feita pelo pai de Sebastian Bach, David Bierk e eleita pela revista Rolling Stone a quarta melhor capa do ano de 1991. A obra é um mural longo, continuando dentro do livro, incluso no álbum. A capa foi inspirada em uma pintura de Caravaggio.
Outra curiosidade é que o álbum possui duas versões: a original e outra censurada, onde a canção “Get the Fuck Out” foi substituída por “Beggar’s Day”, considerada menos ofensiva.
Slave to the Grind foi o primeiro álbum de heavy metal a estrear no 1º lugar da tabela Billboard 200. Também foi escolhido “Álbum do Ano de 1991” nos prêmio Readers Choice Awards, da revista Metal Edge.
Quatro videoclipes foram produzidos para os singles “Monkey Business”, “Slave to the Grind”, “Wasted Time” e “In a Darkened Room” e também para “Quicksand Jesus”.
Sem dúvida um álbum grandioso do Skid Row na era com Sebastian Bach. Infelizmente o feito não se repetiu no sucessor e o resultado foi o desmanche da formação clássica. Mas este registro sensacional ficou marcado na história para os fãs de um bom hard rock e heavy metal.