Nessa última quarta-feira (07/10), o Jornal da Globo exibiu uma entrevista com o vocalista Serj Tankian, da banda System of a Down, onde o cantor explicou sobre a atual situação dos conflitos na Armênia com o Azerbaijão.
Segundo músico, que é nascido no Líbano, mas tem descendência armênia, e tem avós sobreviventes do genocídio armênio ocorrido entre 1915 e 1923, o que ocorre no país já chegou em proporções muito grandes para ser chamado de “conflito”.
“É uma guerra, não mais um conflito, pois muitos militares e soldados estão morrendo, muitas pessoas, civis estão morrendo para que se considere um conflito. E a comunidade armênia como um todo está desesperada para contar ao mundo o que realmente está acontecendo e fazer as pessoas entenderem que isso pode acabar em algo muito maior do que apenas uma guerra entre os dois países“.
Serj também mencionou a possibilidade de envolvimento de outros países como a Turquia (aliada do Azerbaijão) e da Rússia (aliada da Armênia) nessa guerra, além de dizer que não há solução militar para esse conflito.
“Pessoalmente, não acredito em fronteiras e bandeiras, pois acho que a beleza das nossas diferenças está na nossa cultura, música, comida, arte… do nosso jeito. Não é o nosso exército, economia ou fronteiras. Todo povo deveria viver livremente com a própria cultura“.
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ENTENDA O CASO
Há anos, Armênia e Azerbaijão disputam pelo território de Nargono-Karabakh, que pertence ao Azerbaijão por determinação da extinta União Soviética, país que ambas as nações fizeram parte, mas que tem sua população de maioria armênia.
Entre 1988 e 1994, o conflito ganhou caráter bélico, tendo deixado mais de 30 mil mortos. Após esse período, houve um cessar-fogo que durou até 2016, quando os ataques foram retomados.
E justamente em 2016, Serj Tankian escreveu uma música chamada “Artsakh”, que é o nome em armênio para a região de Nargono-Karabakh, e que tem sua letra na língua em questão. O vocalista pede constantemente o fim dos conflitos no local, e o reconhecimento da região como território armênio.
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