E finalmente depois de muito trabalho prévio, o Rosetta West chega ao seu tão aguardado álbum, este “Gravity Sessions”. Quem acompanhou o grupo sabe o quanto eles deram duro e agora chegam com este disco que deve ser recompensador para os fãs e também para eles.
Formada em Illinois na década de 1990, a banda lançou inúmeros CDs independentes e conquistou fãs devotados ao redor do mundo. Mas, ao ver o trabalho árduo que eles realizaram nos últimos dois anos, podemos confirmar que estamos diante de alguém que manteve a mesma energia de 35 anos atrás, pois isso emana de suas composições.
Este tempo foi suficiente para eles moldarem seu som, mas também manterem o leque aberto, já que a banda sempre traz abordagens que permitem isso. Mas, o foco no blues rock, nu e cru, é o mote principal e eles o fazem com propriedade e uma identidade que já os identifica pra sempre.
O disco abre com uma das faixas que já se tornou conhecida antes mesmo do álbum. Trata-se de “Dora Lee”, com seu leve toque de ZZ Top e um ritmo que cativa, sendo já um hit. Ela é precedida por outra conhecida, a magistral “Suzie”, que nos lembra um pouco dos momentos mais sóbrios e brandos do Motörhead, só que mais blues, pois o Rosetta West não perde essa veia.
Outras cinco composições complementam o trabalho, que é objetivo e traz pouco mais de 25 minutos num total, sendo este o único defeito, pois é impossível não ficar com um gosto de ‘quero mais’ assim que o disco acaba.
Mas, para nos conformarmos, faixas como “Deeper Than Magic”, que afirma o lado psicodélico do trio, sempre mais afundo, mas que aqui aparece mais na superfície, inclusive nas guitarras, que se desprendem do distorcido mais comum.
Ouça ainda “Venus Blue”, a mais bluesística do trabalho, que fecha o disco com chave de ouro e sendo um resumo perfeito do que representa a banda. Que energia magistral o grupo entrega nessa faixa, comprovando a versatilidade do Rosetta West sem perder a identidade, que aliás fica intacta.
Com uma produção orgânica, leves overdubs (assumidos pela banda), “Gravity Sessions” é um disco gravado ao vivo em estúdio, que coloca o trio em outro patamar. Parabéns a Joseph Demagore, que além de liderar a banda, cuida dos vocais e guitarras, Herf Guderian, que assume o baixo e o veterano, Mike Weaver na bateria.
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