Mais uma banda de Minas Gerais tenta sair dos palcos da capital mineira e da região metropolitana para avançar para as fronteiras estaduais, numa verdadeira intensão de perpetuar o amor ao Rock e ao Metal.

Rocking Riders tem nova formação em 2020: Luciano Roberto (Guitarra e Vocal), Vinicius de Araújo (Guitarra), Douglas Leal estréia na Bateria e Junio Wolf, no Baixo. A banda já ganhou prêmio de música independente em Belo horizonte em 2013, lançaram seu primeiro álbum em 2015 e em 2017-2018, trabalharam singles mais elaborados.

Luciano Roberto aceitou conversar sobre esta nova fase da banda. Confira:

1-O Rocking Riders está completando 10 anos, certo? Qual o balanço você faz da evolução da banda e do mercado das bandas independentes ou autorais em Minas Gerais?

Sim, o Rocking Riders iniciou suas atividades iniciais “do zero” no começo de 2010. A evolução tem sido marcante a cada passo da banda. Como fundador, juntamente com o Vinícius Santos, penso que a musicalidade do Rocking Riders tem se tornado bem mais rica e variada com o tempo e isso acontece devido ao nosso amadurecimento não só como músicos, e sim como pessoas que tem a ciência de como as coisas rotineiras funcionam de um modo geral.  Dessa forma, afirmo com tranquilidade que o line-up atual (Luciano, Vinícius, Douglas e Junio) é a cara da banda, uma vez que há mais diálogo entre a gente e o trabalho interno do Rocking Riders tem sido bastante produtivo.

No tocante ao mercado das bandas independentes e autorais em Minas, ele é sempre vasto e se renova gradativamente. Mas creio que há muitas bandas que ainda não sabem vender o seu produto, isto é, a sua música. É claro que sabemos que o cenário do som autoral por aqui é bem mais difícil e custoso, mas as bandas têm que se esforçar para mostrarem a sua musicalidade através de vídeo clips, singles, álbuns e shows. A Internet é uma ótima ferramenta para a divulgação do som, mas infelizmente muitos músicos não a utilizam de uma forma adequada em prol de uma visibilidade satisfatória de sua banda.

2-Vocês tem um percurso bem regionalizado, embora positivo, com apresentações nos principais casas de show de BH / Contagem e o lançamento do disco Rock in the Night. Mas o que ainda falta para o que o Rocking Riders ser um diferencial para o mercado do Metal brasileiro?

O nosso intento sempre foi fazer música pesada, e creio que é a característica principal do nosso som. Contudo, não nos prendemos a rótulos ou a um único estilo a ser seguido dentro do Rock e do Metal. O Rock In The Night é um álbum mais cru, mas ele não deixa de apresentar faixas um pouco diferentes da música pesada que prezamos. Exemplo disso são músicas como “Hard Rock Girl”, “Waiting For You” e “Mr. Rock ‘n Roll”. Somos quatro caras que vieram, musicalmente falando, de escolas diferentes e isso é visto por nós quatro como uma coisa vantajosa para ser explorada. Pensamos que a música em si deve prevalecer e as origens “roqueiras” do nosso line-up, aliada ao som em comum que a gente curte, é sempre uma fonte a ser explorada.

Penso que temos que “despontar” mais para o público através daquilo que temos a oferecer às pessoas: nossa música. Temos que trabalhar cada vez mais de um modo geral para que o nosso som alcance o maior número de pessoas possível no mercado do Metal nacional.

3-Agora que o Metal virou uma música que saiu um pouco do seu nicho e os bares de rock já não são tão mais undergrounds, e reservam espaço para todo tipo de pessoa que pelo menos aprecia o Rock, como é a recepção do público para o tipo de música que vocês fazem? Existe abertura para o autoral?

Creio que nossos amigos e pessoas que nos acompanham nas redes sociais e nas nossas apresentações curtem o nosso som. Como dito anteriormente, quem vai aos nossos shows sempre escuta algo diferente da música anterior e isso, na minha opinião, é muito válido. Pregamos uma certa diversidade na nossa música, mas sempre com uma sonoridade mais pesada.

Tem ocorrido uma gama de shows maior em BH e região ultimamente através de eventos nas casas e dos produtores independentes que dão acesso ao som autoral, pois o número de bandas boas que mandam o som próprio é grande! O que falta, na minha concepção, é um foco maior das bandas autorais através de um trabalho mais consolidado que visa o fortalecimento maior do consumo do som independente para o público

4- O som “Void in Life – Thy Mistake” parece uma balada. Esta canção mostra a banda com o mesmo rico instrumental de sempre, mas um pouco diferente das gravações anteriores. Qual é o caminho que o Rocking Riders vai seguir agora para frente? 2020 tem álbum de aniversario?

“Void In Life – ThyMistake” é uma música intensa e pesada, tanto no aspecto instrumental quanto à letra, e há uma passagem “clean” que lembra sim uma balada. É diferente porque abordamos coisas nessa música que não tínhamos feito no primeiro álbum (Rock In The Night de 2015). O Rock In The Night é um álbum que nos orgulhamos muito, e ele tem a sua musicalidade característica de quando foi gravado e da fase pela qual a banda estava vivendo na época. O próximo álbum do RockingRiders terá uma roupagem diferente, fruto do amadurecimento da banda e da vontade de explorarmos outras sonoridades. Prova disso é a nossa música “Void In Life – ThyMistake”.

Nosso caminho tem como objetivo a criação de mais músicas, intuito esse que está no DNA da banda desde o início. Mais shows e mais som inédito estão por vir e esperamos que o público, nossos amigos que nos acompanham e a mídia gostem do nosso trabalho!